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Avanços e perspectivas da Própolis Vermelha de Alagoas são apresentados em seminário no Sebrae

Evento reuniu produtores, pesquisadores, empresários e técnicos para apresentações e diálogos sobre as possibilidades do produto
Por João Paulo Macena - Savannah Comunicação
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Apresentando a evolução, o atual momento e as expectativas para o futuro da produção de Própolis Vermelha, o Sebrae Alagoas realizou nesta terça-feira (10), em sua sede, em Maceió, o seminário ‘Própolis Vermelha de Alagoas: avanços e perspectivas’. O evento reuniu produtores, pesquisadores, empresários e técnicos para apresentações e diálogos sobre os gargalos e possibilidades que o produto traz.

O diretor-superintendente do Sebrae Alagoas, Vinicius Lages, destaca sobre como as instituições podem, através do conhecimento, do comportamento, da biologia e da capacidade produtiva, contribuir para que substâncias da natureza sejam transformadas em riquezas, como o mel, a própolis e seus derivados, gerando renda e desenvolvimento nos municípios.

“Foi com essa união que o Estado conseguiu obter a primeira IG de um produto derivado da apicultura. Alagoas tem uma área específica de manguezais, mesmo com a redução da Mata Atlântica e de outros biomas no Agreste e no Sertão. E nesse processo, devemos considerar as pessoas: é com a educação e com a aquisição de conhecimento que surgem os pequenos negócios, diante de uma oportunidade como essa é que vemos alternativas para a geração de renda e emprego, com baixo custo e de maneira capilar, aqui em Alagoas”, ressaltou.

Fazendo a mediação do seminário, o Prof. Dr. Ticiano Gomes do Nascimento, do Instituto de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), lembrou que o Estado desenvolve, desde 2005, bioprodutos e patentes da própolis vermelha, o que contribuiu para o processo de Indicação Geográfica (IG) e avanços científicos, a partir de pesquisas que atestam ainda mais a qualidade da própolis local e suas diversas propriedades.

“A universidade contribui com pesquisas, desenvolvimento de produtos, depósitos e concessão de patentes. Nesses últimos anos, esse trabalho feito na academia contribuiu para deixar mais visível a IG da Própolis Vermelha de Alagoas. Esse é um dos nossos papéis. Outros pesquisadores do País também fazem pesquisa com a própolis e descobriu substâncias com potencial anticancerígenos, o que agrega valor ao produto”, afirmou.

Um dos pesquisadores citados pelo professor foi o Prof. Dr. Severino de Alencar, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), que iniciou uma pesquisa durante o período da pandemia em seu pós-doutorado. O pesquisador e sua equipe identificaram na própolis vermelha de Alagoas, nos últimos anos, substâncias como as isoflavonas e gutiferonas que demonstram a sua capacidade bioativa, ajudando a prevenir e tratar diversas doenças, como o câncer.

“Por que essa própolis é cada vez mais instigante e interessante? Porque ela tem isoflavonoides. Na natureza, só a soja e outro vegetal têm essa substância. Ou seja, é um produto único. Esse é um dos motivos que fazem com que lá fora os pesquisadores se interessem. Essa substância serve para aliviar, por exemplo, sintomas da menopausa. Isso faz com que a própolis daqui seja consumida nos Estados Unidos. É preciso trabalhar em conjunto para que possamos aproveitar mais os benefícios dela”, enfatizou.

O seminário ainda contou com a participação da Prof. Dra. Simone de Lira, também da Esalq/USP; do Prof. Dr. Alan Sartori, do Instituto de Química de São Carlos (USP); do chefe-geral da Embrapa Alimentos e Territórios, João Flávio Veloso; e do reitor da Ufal, Josealdo Tonholo.

Audiência

À tarde, membros da Uniprópolis e pesquisadores da Ufal e da USP, acompanhados do diretor-superintendente do Sebrae Alagoas, Vinicius Lages, ainda participaram de uma audiência com o vice-governador de Alagoas, Ronaldo Lessa, para apresentar pesquisas e discutir eventuais ações para fomentar a produção da Própolis Vermelha no Estado.

Segundo a gerente de Competitividade e Desenvolvimento do Sebrae Alagoas, Renata Fonseca, o seminário e a audiência servem para melhorar a produção de própolis, além da criação de novos produtos, garantindo aos produtores mais receita e mercado, a partir do material bruto da própolis ‘in natura’, com diversas aplicações e produtos ligados à saúde, beleza e estética.

“Essa foi uma provocação para que possamos repensar a cadeia produtiva da Própolis Vermelha de Alagoas, além da retomada do projeto de apoio do governo do Estado, mostrando ao governador o que está acontecendo em termos de perspectiva para o futuro desse setor tão importante e promissor em Alagoas”, afirmou Renata.

O presidente da União dos Produtores de Própolis Vermelha do Estado de Alagoas (Uniprópolis), Mário Agra, ressaltou a importância do seminário e da aproximação entre os parceiros e o governo para fortalecer ainda mais o setor.

“É um momento importante para saber o que o Estado de Alagoas pode nos oferecer para que possamos mudar esse perfil das empresas, que para funcionar em uma certa escala, trazem produtos de outros estados. O nosso grande desafio é resolver essa situação para que consigamos aqui mesmo – e temos potencial, sair dessa situação e nos tornarmos referência. A presença desses pesquisadores de fora que estudam a nossa própolis vermelha demonstra isso”, concluiu.

O seminário ‘Própolis Vermelha de Alagoas: avanços e perspectivas’ foi promovido pelo Sebrae Alagoas, em parceria com a Uniprópolis, Ufal, Embrapa e USP.

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