Reconhecida historicamente por sua vocação comercial, Arapiraca deu mais um passo para consolidar sua posição como polo econômico no interior de Alagoas. A primeira edição do Conexões Corporativas, promovida pelo Sebrae Alagoas, reuniu atacadistas, distribuidores, representantes do varejo e empresários locais, com a proposta de estimular parcerias, inovação e competitividade, em um encontro no salão de eventos do Jomart Atacarejo.
A iniciativa busca fortalecer ainda mais o potencial de Arapiraca, que movimenta R$ 5,3 bilhões por ano no setor atacadista e distribuidor, montante que corresponde a 42% do faturamento estadual e que gera mais de 20 mil empregos na região, dados que reforçam o papel histórico do município como referência comercial.
“É muito bacana ter um evento desse aqui, em uma cidade que foi constituída pelo comércio, pujante e absolutamente forte. O Sebrae não atua apenas para o pequeno, mas também para aproximar o pequeno do grande e fortalecer toda a cadeia produtiva”, afirmou Gilson Borges, analista da Unidade de Competitividade Setorial (UCS) do Sebrae Alagoas.
De acordo com ele, a proposta do Conexões Corporativas é promover um ambiente colaborativo, onde grandes empresas possam expor suas demandas e, ao mesmo tempo, identificar micro e pequenos negócios locais aptos a atendê-las. “Quando aproximamos os dois lados, todo o ecossistema se fortalece. O grande ganha em competitividade, o pequeno amplia mercado, e o consumidor tem mais opções de compra e venda. É um ciclo de prosperidade”, completou.

Fortalecimento da cadeia produtiva impacta economia local
A força do segmento também foi reforçada pelo empresário Zezinho Vieira, vice-presidente da Fecomércio/AL e diretor da Associação do Comércio Atacadista Distribuidor Alagoano (Acadeal). “Estamos no coração do Estado, com proximidade das principais capitais da região. Temos vocação natural para o comércio e a distribuição, e o Conexões Corporativas é fundamental para alavancar oportunidades para produtores locais e regionais”, avalia.
O fortalecimento dos setores varejista e atacadista tem influência direta na economia local, como lembra o presidente do Sindilojas Arapiraca, Wilton Malta. “O dinamismo mostra que, além de ser um polo de consumo, o município é um centro estratégico de abastecimento para o interior e para o Nordeste”, declara.
Neste cenário, o Sebrae Alagoas funciona como elo estratégico no fortalecimento da economia local. Por meio do programa Conexões Corporativas, a instituição atua como ponte entre grandes empresas e pequenos empreendedores, além de oferecer capacitação, acompanhamento estratégico e rodadas de negócios.
“O Sebrae conecta o grande empreendedor à demanda, identifica os pequenos que podem atender, capacita quando necessário e aproxima as duas pontas para que o negócio aconteça. É isso que garante que o atacado e o varejo de Arapiraca continuem crescendo e se reinventando”, explica o analista Arestides Minervino, responsável pela organização do evento em Arapiraca.
Palestras provocaram reflexões sobre o futuro do setor
A programação contou com exposição de produtos do programa Move+, do Sebrae, que gerou várias conexões e negócios, e palestras de especialistas como Fred Alecrim, que trouxe insights sobre o “DNA do Varejo” e os desafios do atacarejo em um cenário de forte concorrência. Ele ressaltou que mais de 46% do mercado alimentar já atua no formato atacarejo, modelo que une as vantagens do atacado com o varejo tradicional.
“O apelo do preço é forte, mas é preciso ir além. O empresário que ficar preso apenas à guerra de preços corre o risco de perder clientes. A chave está em fidelizar consumidores com experiências diferenciadas, inovação e atualização constante”, afirmou Alecrim.

O empresário Rafael Almeida, da Magic Berry, também compartilhou sua experiência com o uso da inteligência artificial no setor alimentício. Para ele, a adoção de novas tecnologias é inevitável e pode representar ganhos exponenciais de produtividade. “Quem não acompanhar as tendências de inteligência artificial vai ficar para trás, como aconteceu no passado com a internet e as redes sociais”, disse.

