O Sebrae Alagoas promoveu uma capacitação específica para a rede credenciada de consultores e Agentes Locais de Inovação (ALI Rural), nesta terça-feira (29) e hoje (30), para combater o avanço da Sigatoka Negra no estado. O objetivo é preparar os profissionais que estão em contato direto com os produtores para atuarem como multiplicadores de conhecimento sobre a doença e suas formas de controle.
A capacitação foi dividida em dois momentos. No primeiro dia, realizada na sede do Sebrae, em Maceió, os participantes receberam informações teóricas sobre a doença, com palestras conduzidas por representantes das instituições parceiras, entre eles, Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal), o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o Instituto Federal de Alagoas (Ifal – Campus Maragogi) e o Sistema Faeal/Senar. Foram abordados temas como etiologia da doença, sintomas, impacto econômico e medidas de controle.
Durante o dia de hoje, os profissionais participaram de uma atividade de campo em uma propriedade localizada no município de Porto Calvo, que é acompanhada pelo Senar Alagoas. A visita permitiu observar, na prática, duas realidades distintas: uma área onde o manejo integrado de pragas está sendo corretamente aplicado, com resultados positivos no controle da doença, e outra onde nenhum manejo foi realizado, demonstrando claramente os prejuízos causados pela ausência de intervenção.
A propriedade visitada cultiva banana comprida, também conhecida como banana da terra, tradicionalmente consumida cozida. Essa variedade é uma das mais afetadas pela doença e representa uma importante fonte de renda para pequenos produtores da região, que integram a agricultura familiar no estado.
“Esses profissionais são a linha de frente no atendimento ao agricultor. Ao atualizá-los sobre a Sigatoka Negra no cultivo da banana, conseguimos ampliar a rede de vigilância e controle da doença e,m Alagoas, o que é essencial para evitar uma crise ainda maior no setor”, explicou o analista de Competitividade Setorial do Sebrae Alagoas, Humberto Sant’Anna.
Risco para produção
A bananicultura é uma das principais atividades da agricultura familiar em Alagoas e tem grande expressão econômica no estado. No entanto, o avanço da Sigatoka Negra, uma doença fúngica que afeta as folhas da bananeira e reduz sua produtividade, vem colocando em risco a sustentabilidade dessa cultura.
Segundo a Adeal, 18 municípios alagoanos já possuem diagnóstico confirmado da presença da Sigatoka Negra, mas o número real pode ser ainda maior, pois muitas áreas produtoras ainda não foram oficialmente avaliadas. Por isso, a importância de formar profissionais aptos a identificar os sintomas e atuar na contenção da doença.
“Precisamos aumentar o número de pessoas capacitadas a reconhecer a doença, para que elas também possam colaborar com os órgãos de defesa na contenção da Sigatoka. O impacto da doença pode ser devastador, especialmente porque a base produtiva da banana em Alagoas está na agricultura familiar. Se a plantação forem dizimados, o prejuízo será econômico e social”, destacou Humberto.
Capacitações como essa integram a estratégia do Sebrae Alagoas de manter sua rede técnica atualizada com os principais desafios do agronegócio em Alagoas, fortalecendo o atendimento no campo e promovendo soluções adequadas à realidade local.