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Artesã descobre na técnica de patchwork vocação para a costura criativa

Ela confecciona peças na sala de casa e concilia produção com demandas domésticas
Por Kelmenn Freitas - Partners Comunicação
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A pandemia teve efeito avassalador na vida de muitos empreendedores, principalmente no auge da contaminação por Covid-19, na virada do ano de 2020 para 2021. Mas foi justamente nesse período de isolamento social mais intenso que a artesã Sandra Gonçalves, de Penedo, viu aflorar sua vocação para a costura criativa tendo a técnica do patchwork como a sua preferida.

“Comecei na fase em que estava todo mundo em casa. Eu estava sem fazer nada na época e o meu esposo trabalha fora. Então fiquei meio perdida. Estava numa fase ainda de aceitação de estar aqui em Penedo, porque somos de uma cidadezinha vizinha a Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Tudo isso contribuiu para que eu olhando, navegando no Instagram, visse uma postagem de uma professora de patchwork. Foi aí que tudo aconteceu pra mim”, conta.

A artesã é mãe de uma menina de 7 anos, portanto, precisa criar a filha e cuidar da casa. Como não pode se afastar por muito tempo das demandas domésticas, ela decidiu comprar uma máquina de costura e começar a costurar as bolsas, mochilas e demais peças de patchwork na sala de casa mesmo.

“Meu ateliê é a minha sala. A minha mesa de corte de tecidos é a minha mesa de jantar na cozinha. O meu depósito é o quarto da minha filha. Então, entre uma panela e outra no fogão tem uma bolsa ficando pronta. A gente vai meio que driblando as dificuldades que vão aparecendo”, relata.

Segundo ela, uma manhã inteira é dedicada apenas para cuidar da casa. “A minha filha vai para o reforço escolar e aí, no período da tarde, eu costuro um pouco. Também costuro à noite, que é um horário mais sossegado, costumo ir até 1 da manhã, pois é mais fresco. Ultimamente, os dias estão bem quentes e isso tem dificultado um pouco o trabalho. É assim que eu vou sobrevivendo”, diz.

No final do ano passado, a artesã deu mais um passo na consolidação do seu trabalho com a costura criativa. Ela recebeu sua carteira de artesã após se informar com a agência do Sebrae Alagoas em Penedo. “Foi mais uma bondade que essa instituição me trouxe. Hoje eu posso dizer que sou artesã de carteirinha. Com a minha técnica de patchwork, graças a Deus hoje eu sou artesã profissional, registrada”, comemora.

Zureta – Passada a fase de maior turbulência da pandemia, Sandra Gonçalves encontrou um local para escoar a sua produção em Penedo: o Galpão Zureta. Para isso, ela conta agora com o apoio do promotor cultural Maik Vieira, que já divulga o trabalho de 12 outras mulheres no mesmo espaço, uma referência já consolidada no mercado de artesanato do Baixo São Francisco.

“As mulheres trabalham muito mais com o coração, com sentimento, com emoção. Tudo que fazem é com amor, é como se fosse um filho, uma criação dela”, opina. Segundo ele, é notória a diferença entre trabalhar com os homens e com as mulheres, pois a harmonia é bem maior entre elas.

“Ao meu ver, isso traz muito mais leveza e a responsabilidade continua a mesma. A maneira de conduzir o ambiente profissional é muito mais leve, se comparado ao apresentado pelos homens”, destaca. Ele fundou o Galpão Zureta em agosto de 2019.