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Pesquisa mostra que os pequenos negócios geraram renda de aproximadamente R$ 420 bilhões ao ano no país

O Sebrae criou o Atlas dos Pequenos Negócios que aborda o perfil dos empreendedores brasileiros, evolução dos pequenos negócios e a importância deles para a economia do País
Por João Paulo Macena - Savannah Comunicação
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Para traçar a evolução do empreendedorismo ao longo dos anos no Brasil e no mundo, trazendo dados relevantes do Monitoramento Global do Empreendedorismo (Global Entrepreneurship Monitor – GEM) e sobre o perfil dos donos de negócios no País, o Sebrae Nacional, celebrando os 50 anos da instituição, lançou o Atlas dos Pequenos Negócios. O atlas aponta, por exemplo, a importância do papel dos pequenos negócios na economia brasileira: em 2022, os pequenos negócios geraram uma renda de aproximadamente R$ 420 bilhões/ano. O estudo pode ser acessado na íntegra através do site: https://datasebrae.com.br/wp-content/uploads/2022/07/Atlas_v2.pdf.

A pesquisa aborda o perfil dos empreendedores brasileiros considerando o seu universo e a distribuição por sexo, raça-cor, faixa etária, escolaridade, tempo de atividade, rendimento mensal, porte por número de empregados. Também apresenta os dados sobre o cenário de contribuição previdenciária, distribuição por setor, bem como discorre sobre o panorama do empreendedorismo informal.

O material também traz informações sobre a evolução dos pequenos negócios no Brasil, principalmente sobre os Microempreendedores Individuais (MEI), abertura, fechamento e sobrevivência dos pequenos negócios, além dos locais de funcionamento dessas empresas, dados sobre emprego e redução da informalidade.

O gerente adjunto da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Alagoas, Fábio Leão, ressalta que, considerando a renda do MEI em atividade, esse perfil de empreendedor gera, todos os meses, R$ 11 bilhões com o seu trabalho.

“Isso significa que – no período de um ano – os MEIs sozinhos injetam R$ 140 bilhões na economia brasileira. Já os donos de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, geram, mensalmente, R$ 23 bilhões. No período de um ano, o total movimentado por esses dois perfis de empresa chega a R$ 280 bilhões”, analisa.

Outra observação importante, segundo Fábio Leão, é o percentual de participação desses negócios na economia do País. Em média, eles representam 99% das empresas brasileiras e contribuem com 30% do PIB. Em números absolutos, são aproximadamente 15,3 milhões de pequenos negócios, sendo 8,7 milhões de MEIs e 6,6 milhões de MPEs em atividade.

De acordo com a pesquisa, do ponto de vista da geração de empregos, as MPEs contribuíram, em 2021, com a criação de mais de 2,16 milhões de empregos, enquanto as Médias e Grandes Empresas (MGEs) criaram quase 490 mil empregos. A Administração Pública criou 5.207 novos postos de trabalho.

Alagoas no Atlas dos Pequenos Negócios 

O atlas mostra alguns dados interessantes sobre as micro e pequenas empresas em Alagoas. Segundo o estudo, Alagoas é o estado com a maior proporção de donos de negócios que trabalham no comércio (34%) em todo o Brasil. Fábio Leão lembra que esse percentual reflete a estrutura da economia local.

“Os negócios baseados no comércio são, de maneira geral, mais tradicionais, com pequenos investimentos, e que exigem menos capacitação da mão de obra utilizada. Já o segmento de serviços, por exemplo, exige mão de obra mais qualificada e inovação massiva”, aponta.

A pesquisa mostra que os segmentos de comércio com maior incidência de abertura de novos negócios são: comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios e comércio varejista de mercadorias em geral. “Ou seja, venda de confecções, comida, bebida e também medicamentos, pois são negócios com maior probabilidade de se conseguir financiamento e que apresentam maior potencial de controle de risco de fechamento”, lembra Fábio Leão.

Ainda sobre o estado, o atlas aponta Alagoas como uma das unidades da federação com maiores proporções de MEIs dentre os empreendimentos abertos (83,3%). Segundo Fábio Leão, esse dado reflete uma economia ainda caracterizada por fortes concentrações setoriais, como a cana-de-açúcar, a criação de gado, a construção civil e, mais recentemente, o turismo.

“As pessoas que não encontram trabalho na economia formal acabam montando um negócio individual para garantir a sobrevivência. É o chamado empreendedorismo por sobrevivência. Os microempreendedores individuais tornam-se, assim, uma alternativa de geração de renda para grande parte dos trabalhadores alagoanos”, conclui Fábio Leão.

No entanto, segundo o gerente adjunto do Sebrae, o fato apresenta o potencial de ampliação das oportunidades empresariais quando o MEI é acompanhado e quando tem à sua disposição ferramentas e políticas públicas com potencial de promover seus crescimentos.

“A criação de linhas de crédito adequadas ao tamanho do empreendimento – com taxas, prazos e garantias sob medida –, a elaboração de projetos, ações e políticas de treinamento, capacitação gerencial e o acesso a modernas tecnologias de gestão são algumas das atividades que organismos de apoio, como o Sebrae, disponibiliza para esse grupo empresarial”, finaliza.

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