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Criadores alagoanos devem vacinar rebanho contra febre aftosa até 30 de abril

Campanha de imunização, se bem sucedida, pode colocar Alagoas na zona livre da doença sem vacinação
Por Kelmenn Freitas
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A campanha de vacinação contra a febre aftosa foi antecipada para este mês de abril e termina na próxima terça-feira (30), sem perspectiva de prorrogação do prazo. Assim como os pecuaristas com rebanhos mais numerosos, criadores de qualquer porte também devem realizar a imunização de bovinos e bubalinos, que acontece em regime de urgência após determinação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

A medida deve possibilitar que Alagoas avance junto com os demais estados que já receberam a autorização do Mapa para migrar para a zona livre da febre aftosa sem vacinação em 2025, a exemplo de outros estados nordestinos como Bahia, Sergipe, Maranhão e Piauí.

“Nesse processo de transição de zonas livres de aftosa com vacinação para livre sem vacinação, não importa se o produtor é de pequeno ou de grande porte. A vacinação é para todos. Todos os animais devem ser vacinados contra a aftosa até o dia 30 de abril. Reforço que não importa se o produtor tem poucos ou muitos animais. Cem por cento do rebanho de bovinos e de búfalos de devem ser vacinados. Até o dia 15 de maio a vacinação deve ser declarada à Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal)”, alerta Marcos Fontes, analista do Sebrae Alagoas. Mais informações sobre essa declaração disponíveis no endereço eletrônico www.adeal.al.gov.br ou através do Disque Aftosa 0800 082 0040. O serviço é gratuito e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h.

“Para termos uma dimensão desse desafio, segundo dados da Adeal de 2023, Alagoas possui 75.888 estabelecimentos com rebanhos a serem vacinados, e o rebanho total desses estabelecimentos é de 1.335.493 cabeças, segundo dados do IBGE de 2022. Nosso desafio é grande e o tempo é muito curto: temos que vacinar até o próximo dia 30”, completa.

Ele conta que o Sebrae está orientando os produtores rurais de diversas formas, para reforçar a importância da vacinação. Para isso, a instituição tem recorrido a entrevistas e propagandas em rádio, envio de cards nas redes sociais, principalmente via WhatsApp. “Temos grupos de produtores onde enviamos esses cards. E também por meio de nossos consultores que visitam periodicamente as propriedades e ainda as ações de telemarketing”, diz.

O Brasil está numa fase de transição de zonas livres de febre aftosa com vacinação para livre sem vacinação. E nesse processo existe o Planejamento Estratégico do Plano Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA), cuja meta é tornar o Brasil totalmente livre de febre aftosa sem vacinação até 2026.

“Alguns estados já são reconhecidos pelo Ministério da Agricultura como zona livre de febre aftosa sem vacinação. É o caso do Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, São Paulo, Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal. Alagoas ainda não tem esse reconhecimento, por isso precisamos fazer a nossa parte”, revela Fontes.

“Isso significa que há uma restrição na movimentação de animais e de produtos desses locais para as demais áreas que ainda praticam a vacinação no país, como é o caso do nosso estado. Ou seja, se Alagoas não conseguir o reconhecimento de zona livre de febre aftosa sem vacinação, os produtores locais ficam impedidos de comercializar os seus animais para os estados que já são reconhecidos como zona livre de febre aftosa sem vacinação”, observa.

Para que esse reconhecimento ocorra, há uma série de requisitos a serem atendidos. Alguns deles devem ser cumpridos pelo governo federal, outros pelos estados, pelos municípios e pelos criadores de rebanhos bovinos e bubalinos, seja com a finalidade de produzir carne ou leite. A vacinação é justamente um desses requisitos que devem ser executados pelos produtores rurais.

“Então, de forma bem direta, é muito importante que os criadores, com propriedades de qualquer porte, busquem vacinar o seu rebanho, para que ajudem Alagoas a ser reconhecida como zona livre de febre aftosa sem vacinação e possam comercializar o seus animais, sem restrições, para qualquer outro estado do Brasil. Isso é imprescindível para que não haja barreiras de mercado para os criadores alagoanos”, destaca o analista do Sebrae.

O reconhecimento de uma zona livre de febre aftosa sem vacinação é importante por diversos motivos:

  • Acesso a mercados internacionais: países livres de febre aftosa sem vacinação têm acesso a mercados mais exigentes, que muitas vezes impõem restrições à importação de produtos de países que ainda vacinam contra a doença.
  • Redução de custos de produção: a vacinação contra febre aftosa e as medidas associadas têm custos significativos. Ao eliminar a vacinação, os produtores podem reduzir seus custos de produção.
  • Melhoria da sanidade animal: a febre aftosa é altamente contagiosa e pode causar sérios danos à produção animal. Ao eliminar a vacinação, os países precisam adotar medidas mais rigorosas de controle e vigilância da doença, o que pode resultar em uma melhoria geral da sanidade animal.
  • Reconhecimento internacional: o reconhecimento de uma zona livre de febre aftosa sem vacinação é uma conquista importante e pode elevar a reputação do país no cenário internacional, demonstrando seu compromisso com a saúde animal e a segurança alimentar.
  • Facilitação do comércio: a eliminação da vacinação pode facilitar o comércio de animais e produtos de origem animal, uma vez que as restrições relacionadas à vacinação são eliminadas.