O Sebrae Alagoas desenvolve ações e encontros para identificar potenciais negócios de impacto social e ambiental no estado. Para isso, realizou um encontro entre empreendedores e interessados na temática, no dia 7 de dezembro, na sede da instituição, em Maceió. O momento foi marcado pelo bate-papo entre os participantes, que puderam analisar e debater os perfis e as problemáticas inerentes ao segmento.
Segundo as diretrizes do programa Negócios de Impacto Social e Ambiental (Nisa) do Sebrae, esses empreendimentos são iniciativas financeiramente sustentáveis, formalizadas como pequenos negócios, com viés econômico e caráter socioambiental, que contribuem para transformar a realidade das populações menos favorecidas e fomentem o desenvolvimento da economia.
A analista da Unidade de Soluções e Inovações do Sebrae Alagoas, Ana Madalena Sandes, explicou que esses negócios têm origem na identificação de problemas, mas que devem passar por quatro critérios: intencionalidade de resolução de um problema social e/ou ambiental; solução de impacto é a atividade principal do negócio; busca de retorno financeiro, operando pela lógica de mercado; e o compromisso com o monitoramento do impacto gerado.
“Os negócios de impacto nascem através dos problemas. Fizemos essa reunião para conhecer mais esses negócios, saber como as pessoas estão atuando e como podemos trabalhar com elas. Aqui, temos muitos problemas sociais e ambientais que precisam ser resolvidos. E esses empreendimentos podem ajudar a resolvê-los e vêm com o olhar de serem positivos, resolver ou minimizar problemas”, enfatizou Ana Madalena.
Refletindo sobre como esses negócios podem impactar pessoas com deficiência, uma das participantes foi Juliana Luciani, que é surda e indicou, por meio da tradução de um intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras), alguns problemas que um negócio de impacto social pode ajudar a resolver para a comunidade surda no estado.
“Eu sou surda. E percebi que meu filho sofre bullying na escola porque tem pais surdos. Isso também é impacto social e pode ser resolvido de alguma forma. Ele não se sente livre porque as pessoas não aceitam essa situação. Eu quero que ele se sinta livre”, expressou.
“Já fiz cursos de empreendedorismo aqui há alguns anos. Acho muito interessante esse tema do empreendedorismo. Quero trabalhar em outra área, quem sabe no futuro eu possa ter um negócio. Essa é a minha ideia. Um dos problemas que vejo é: se eu quiser receber um arquiteto, um engenheiro para ajudar a reformar minha casa, como posso me comunicar com ele?”, pontuou Juliana.
Para explicar ao público como é um negócio de impacto na prática, Ana Madalena Sandes usou o exemplo da Juliana. “Ela pode querer criar um negócio que capacite pessoas que vão atender pessoas surdas. Ela vai minimizar o problema, em Alagoas, e vai ganhar dinheiro capacitando essas pessoas. Isso é um negócio de impacto social”, concluiu a analista do Sebrae.

