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Fisioterapeuta conta história de superação e trajetória de sucesso no empreendedorismo

No Dia da Mulher, Eduarda Lemos compartilha sua jornada pessoal rumo ao sucesso profissional
Por Kelmenn Freitas
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A vocação para exercer a fisioterapia cruzou o caminho da empreendedora Eduarda Lemos e tocou o seu coração ainda muito cedo, quando era só um bebê com poucos meses de vida. Após um parto complicado que a deixou com uma leve paralisia cerebral, seus pais se viram no desafio de buscar ajuda nessa área quando a filha começou a dar os primeiros sinais de dificuldade no desenvolvimento em comparação a outras crianças da mesma idade.

“Durante o trabalho de parto, minha mãe passou um fim de semana inteiro para me ter, e isso acarretou em falta de oxigenação. Quando isso acontece, gera lesões cerebrais, que é a famosa paralisia cerebral. Ela pode ter vários níveis, e no meu caso foi a forma mais leve, afetando somente a coordenação motora, equilíbrio e a marcha (andar)”, conta.

“Aos seis meses de idade, duas tias minhas perceberam que meu desenvolvimento era diferente em relação às outras crianças da mesma idade. Eu não segurava o pescoço e nem objetos simples com as mãozinhas. Elas conversaram com meus pais e sugeriram a eles que buscassem orientação e diagnóstico médico. Eles assim o fizeram e o diagnóstico veio. A partir dessa idade, eu comecei a fazer fisioterapia e posteriormente veio a necessidade de terapia ocupacional e fonoaudiologia também”, diz Eduarda.

Sua jornada rumo à total recuperação durou uma década e meia. E aos 16 anos, após ter alcançado todos os objetivos terapêuticos, ela recebeu alta do tratamento iniciado quando ainda era só um bebê. “Foi uma felicidade imensa. Passei por duas instituições do estado, fui bem atendida e assistida, encontrei profissionais incríveis que fizeram parte da minha trajetória de autonomia, independência e funcionalidade”, lembra.

“Enquanto eu era paciente, já cogitava fazer fisioterapia, e embora tenha passado um tempo entre essa carreira e a psicologia, eu decidi que queria ser fisioterapeuta e cuidar de outras vidas, assim como um dia fui cuidada. Hoje, com três anos de formada, eu me realizo todos os dias na minha profissão. Atuo na fisioterapia dermatofuncional (estética), levando saúde e bem-estar a muitas ‘brilhosas’, como chamo carinhosamente as minhas seguidoras das redes sociais, e com reabilitação domiciliar, atuando ainda na Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas”, afirma.

Sebrae

Empreender sempre esteve nos planos da fisioterapeuta. Ela conta que ao longo da formação se imaginou tendo o próprio negócio e sendo protagonista da sua trajetória. Para isso, também buscou parcerias com outras profissionais da área.

“Sempre fui destemida, bisbilhoteira, curiosa e vou atrás dos meus objetivos todos os dias. Não é fácil, mas é recompensador ver os resultados das minhas pacientes e a minha própria evolução. Comecei atendendo em domicílio, mas já tive sociedade na área da estética também. Depois atendi em um estúdio de sobrancelhas de uma amiga e hoje tenho consultório junto com uma parceira, na parte alta da cidade. Vê-lo sendo construído, dia após dia, é motivo de muita gratidão para mim”, comemora.

“Tenho muito a agradecer a minha mãe, dona Cláudia, que sempre foi incentivadora, acolhedora e me ensinou a ter asas e saber voar mesmo tendo paralisia cerebral, que nunca foi um fator limitante, e que se eu posso sonhar, então eu posso realizar. Grande parte da minha independência e autonomia eu devo à minha mãe”, destaca a fisioterapeuta.

Durante a sua caminhada profissional, Eduarda Lemos sempre contou também com o apoio técnico do Sebrae Alagoas, que a mantém atualizada sobre a melhor forma de administrar o seu negócio. Para isso, ela procura acompanhar a programação de eventos e programas de consultorias da instituição.

“Eu participei e participo de várias palestras e programas de empreendedorismo por meio do Sebrae, que me ajudam a gerenciar melhor o meu negócio, me proporcionaram parcerias e networking, me fez ser reconhecida por mais pessoas e me trouxe uma outra visão de negócios. Principalmente o Sebrae Delas, onde conheci histórias que também são fontes de inspiração para a minha trajetória”, revela.

Para a analista do Sebrae, Érica Pereira, o programa Sebrae Delas é um divisor de águas na vida de muitas mulheres empreendedoras. “O grupo se apoia muito, uma pode contar com a outra sempre. Trajetórias de sucesso como a da Eduarda acabam contribuindo para a superação e o sucesso de outras mulheres, formando uma ampla rede de apoio e acolhimento”, afirma.