ASN AL Atualização
Compartilhe

Expansão da educação empreendedora é tema de painéis promovidos pelo Sebrae

Professores, estudantes e empresários falam sobre os desafios na introdução do tema nas escolas 
Por Kelmenn Freitas – Partners Comunicação
ASN AL Atualização
Compartilhe

A abertura do IV Encontro de Educação Empreendedora, promovido pelo Sebrae Alagoas na manhã desta quinta-feira (17), na Bienal do Livro, foi marcada por uma mesa redonda formada pelos professores Lucas Paiva, Dilson Costa e Eduardo Setton. Os educadores apresentaram suas trajetórias e, seguida, debateram o tema “Gestão Ágil na Educação: desafios e possibilidades”. O evento contou com a participação da diretora de Administração e Finanças do Sebrae, Juliana Almeida, que saudou os participantes em nome da diretoria.

“Quero agradecer a presença de todos e lembrar que o compromisso da nossa instituição com a educação empreendedora está completando dez anos e segue cada vez mais forte com as parcerias firmadas com o ensino superior e com escolas do ensino fundamental e médio. Queremos reafirmar nosso propósito com essa missão de transformar vidas através do empreendedorismo em nosso Estado”, afirma.

A cultura empreendedora vem ganhando cada vez mais destaque na rede de ensino, seja ela pública ou privada, e pautou as discussões dos painéis realizados pelo Sebrae Alagoas ao longo da quinta-feira, dentro da programação da 10ª Bienal Internacional do Livro.

Na parte da tarde, o primeiro painel, Empreendedorismo na Prática: Transformando Vidas e Carreiras, a advogada Karin Marques e a intérprete de Libras Bárbara Evelyn contaram um pouco sobre suas dificuldades no início da carreira.

Karin é advogada e promove cursos de mediação, enquanto Evelyn tem uma loja online de moda feminina. Elas compartilharam suas experiências como donas de pequenos negócios com os professores e estudantes presentes ao evento.

“A ausência de empreendedorismo na faculdade ainda é muito grande. E essa falta de conhecimento nos faz dar muito mais passos além do necessário quando o assunto é empreender”, aponta Karin.

“Os principais desafios que enfrentei foi encontrar bons fornecedores. Por falta de experiência e conhecimento, tive muito prejuízo, até mesmo com a aquisição de sacolas para colocar meus produtos após a venda. Muitas eram tão pequenas que mal cabiam peças pequenas”, lembra Evelyn.

A solução para o gargalo que impede a educação empreendedora de deslanchar no meio acadêmico e nas escolas foi discutida no segundo painel, Empreendedorismo na Educação: Inspirando Transformações.

Os professores Jacques Fernandes, do Ifal Santana do Ipanema, e Virgínia Muller, da Escola Estadual José Correia da Silva Titara, localizada em Marechal Deodoro, foram os participantes do painel.

Fernandes contou sobre o processo de criação do Projeto Minha Vida é um Negócio, adotado pelo Ifal no Alto Sertão de Alagoas. Por meio dele, os alunos pesquisam um problema da sociedade, levam para dentro da sala de aula, resolvem e depois o aplicam na prática, fora do ambiente escolar.

“Educação empreendedora é um processo da rua para a escola e não o contrário. Precisamos pautar essa prática com base na realidade local, e não chegar com receita de bolo que seria válida para todo o país. Cada região do Brasil tem sua peculiaridade. A realidade de Santana do Ipanema não é a mesma de Delmiro Gouveia, por exemplo. Tudo precisa acontecer de forma orgânica”, analisa o professor.

Já Virgínia Muller falou um pouco sobre o programa de empreendedorismo adotado pela Escola Estadual José Correia da Silva Titara. “Foi só após a aproximação com o Sebrae que conseguimos implantar um ensino sobre empreendedorismo na escola”, revela, citando as oficinas realizadas na sede da instituição e as mentorias de projetos encabeçados pelos alunos.

O último painel da tarde abordou o tema Educar e empreender, de fato e de direito, com os relatos de casos de sucesso de educação empreendedora do Sebrae Sergipe e sobre a Lei de Educação Empreendedora aprovada pelo município de Maceió. O painel contou ainda com a experiência de técnicos da Secretaria Estadual de Educação de Sergipe na implementação da Educação Empreendedora.

Silvia Chamusca, gestora do Programa de Educação Empreendedora do Sebrae Alagoas, reforça a importância da educação empreendedora ser mais popularizada na sociedade. “No atendimento do Sebrae, por exemplo, nos deparamos com empresas que se encontram na UTI porque seus donos não tiveram educação empreendedora para lidar com os próprios negócios. Mas estamos sempre investindo para mudar esse cenário”, completa.