As micro e pequenas empresas (MPEs) de Alagoas foram responsáveis pela criação de 19.337 novos empregos formais no período de janeiro a setembro deste ano, segundo os números do boletim do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Já as médias e grandes empresas (MGEs) do estado registraram a criação de 1.165 novos empregos formais no mesmo período. No total, Alagoas gerou 20.555 novos postos de trabalho.
O setor de Serviços teve uma marcante presença das MPEs em setembro passado, quando geraram 2.001 novos empregos formais, enquanto as MGEs criaram 475 novos empregos no período. Ainda no acumulado de janeiro a setembro, o setor de Serviços foi o grande campeão com a geração de 8 mil postos de empregos formais por parte das MPEs, enquanto as MGEs geraram 3.417 novos empregos.
O setor do Comércio, com a geração de 4.403 empregos pelas MPEs, e o da Construção Civil, com a criação de 3.532 empregos pelas MPEs e 1.905 demissões pelas MGEs, fecham o balanço do período finalizado em setembro.
“Percebemos que a dinâmica da economia alagoana continua seguindo seu ritmo: liderança na geração de empregos formais por parte das MPEs em praticamente todos os setores, e as MGEs mantendo sua liderança conjuntural em alguns segmentos industriais”, afirma o gerente adjunto da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Alagoas, Fábio Leão.
“Fica claro a necessidade de novas políticas públicas atreladas à produção e vinculada a resultados em termos fiscais e trabalhistas, com rebatimento na renda e no consumo. Essas políticas têm a natureza de fomentar e induzir o setor privado e provocar uma mudança na estrutura de sua economia. A conjuntura deixada por si mesma não dá conta de construir novas alternativas para o Estado”, completa.
Brasil afora
Todos os 27 estados registraram saldo positivo na geração de empregos, com destaque para a região Sudeste. Os estados que mais abriram postos de trabalho foram São Paulo (84.887); Minas Gerais (29.029) e Pernambuco (25.732). A região Nordeste apresentou saldo de 47.760 empregos em setembro (um saldo de 15,48 postos por 1.000 empregos gerados), e no acumulado do ano até setembro, a região gerou um total de 325.291 novos postos de trabalho.
Alagoas apresentou um movimento diferente no mês de setembro. As MGEs geraram 13.202 novos postos de trabalho, enquanto as MPEs criaram 3.637 novos empregos formais. Para Fábio Leão, o principal motivo para o bom resultado das MGEs no mês foi a ótima reação do setor de Indústrias de transformação, com a geração de 12.223 novos postos, enquanto as MPEs subtraíram – foram só 179 empregos formais nesse setor.
“As grandes indústrias de transformação em Alagoas, notadamente os tradicionais setores da cana-de-açúcar e o setor de construção civil foram os responsáveis pela reação das MGEs. Isto nos leva a crer que há grande espaço para uma nova industrialização no Estado, mas agora baseado em pequenas unidades fabris, absorvedoras de mão de obra e porta aberta para processos de inovação, ganhos de produtividade e maiores investimento em capital, com apropriação dos excedentes em uma relação mais equilibrada entre capital e trabalho”, analisa Leão.
Efeito vacina
Os números nacionais do Caged de setembro apresentaram saldo positivo de 313.902 postos de trabalho. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o saldo é de mais de 2,5 milhões de novas vagas de emprego em todo o país. No geral, ainda segundo o analista do Sebrae Alagoas, os números refletem o esforço da sociedade e do governo na ampliação do programa de vacinação em todo o país.
“Os dados mostram que há uma correspondência entre aumento de vacinas e redução no número de internações e de ocorrência da Covid-19 entre os brasileiros. Este fato permitiu a flexibilização das medidas mais restritivas de combate ao vírus, como o fechamento da economia, e vem possibilitando a ampliação de atividades que antes estavam impossibilitadas de acontecer. Grande parte dessas ações estão localizadas no setor de Serviços, com a flexibilização de viagens nacionais e internacionais, abertura de hotéis, bares e restaurantes, além de teatros cinemas e shows”, observa.
Os programas sociais – Auxílio Emergencial e o Benefício Emergencial, dentre outros programas de transferência de renda – também foram responsáveis por segurar o nível de renda, para garantir o consumo das classes de renda mais baixa.
“Os gastos das populações com esses níveis baixos de renda vão praticamente todos para alimentos, saúde e transporte, fortalecendo os segmentos industriais e reforçando ainda mais o setor de serviços com mais emprego e renda para a economia como um todo”, destaca.
O reflexo da vacinação em fase mais avançada foi sentido em quase todos os setores Brasil adentro. O de Serviços foi o grande destaque do mês de setembro, com a geração de mais de 143 mil novos postos de trabalho formais, distribuídos principalmente nas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (63.657).
Segundo dados do Ministério do Trabalho e Previdência, destaque também para alojamento e alimentação (31.763), administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde e serviços sociais (18.141).
O segundo maior crescimento do emprego formal ocorreu no setor da Indústria, com saldo de 76 mil novos postos de trabalho formais. O Comércio abriu mais de 60 mil postos. O setor de Construção Civil teve um saldo no mês de setembro de 24,5 mil novas vagas formais de trabalho. Já a Agropecuária se manteve com um crescimento de 9 mil no mesmo mês.
Recorte entre as empresas
Segundo o recorte das empresas, o Sebrae informa que as MPEs foram responsáveis por 930.890 (72,3%) desse quantitativo. Em setembro, elas apresentaram saldo total positivo de 227.892 (72,5%) contratações. Foram um total de 1.008.080 admissões contra 780.188 desligamentos. As MGEs contrataram um total de 713.430 e demitiram 629.831, totalizando em um saldo de 83.599.
“No acumulado de 2021, o saldo de empregos superou a marca de 2,5 milhões, sendo que as MPEs foram responsáveis por 1,785 milhão (71,06%) desse total. A comparação dos três primeiros trimestres de 2020 com os três primeiros trimestres de 2021 apresentam cenários completamente opostos. Enquanto 2020 caminhava para zerar o saldo negativo gerado no primeiro semestre, em 2021 as MPE e MGE batem recorde nas admissões e superam juntas a marca de 2,3 milhões novos postos de trabalho”, calcula Fábio Leão.
A análise das séries históricas dos saldos de contratações, quando estratificados pela classificação do empregador, apresentam um aumento da participação das MPE na geração de emprego. Ambos os meses, setembro de 2020 e setembro de 2021, apresentam saldo de emprego parecidos e superiores a 300 mil.
“Respectivamente, foram 319 mil contratações em setembro de 2020 contra 313 mil em setembro de 2021. No ano passado, as MPE foram responsáveis por 201 mil postos (63,04%). Já este ano, as MPE foram responsáveis por 227 mil (72,59%). Quase 10 pontos percentuais a mais”, compara o analista.
Na estratificação por setores de atividade econômica, setembro apresenta o mesmo perfil observado nos meses de agosto, junho e maio deste ano. Todos os setores apresentaram saldo positivo na geração de emprego. “O único estrato com saldo negativo foi a indústria da construção das médias e grandes empresas. No acumulado do ano, comércio das MGE continua sendo o único estrato com saldo negativo”, aponta Leão.
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