O Programa Agronordeste, realizado em Alagoas pelo Sebrae juntamente com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), atendeu, no ano passado, 739 microempresas (ME), 993 potenciais empresários, 13 empresas de pequeno porte (EPP) e cinco microempreendedores individuais (MEI) pertencentes às cadeias produtivas priorizadas pela iniciativa.
Apicultura, avicultura, caprino de leite e hortifruticultura foram alguns dos segmentos que mereceram atenção especial, por meio da realização de consultorias, palestras, oficinas, missões, cursos e outras capacitações. Essas ações foram voltadas principalmente para atuar na qualificação profissional de produtores, parceiros, técnicos e consultores.
A analista da Unidade de Competitividade e Desenvolvimento (UCD) do Sebrae Alagoas, Pollyana Bellotti, revela que foram obtidos resultados positivos na execução dessas ações, gerando aumento nos indicadores de produção e renda para os envolvidos.
“Os resultados apresentados em relatórios são frutos de um trabalho de fortalecimento das atividades que possuem vocação na região semiárida, qualificação de todos os envolvidos e a transferência de conhecimento entre parceiros, técnicos, consultores e empresários rurais”, avalia.
“O Sebrae Adapte, um programa emergencial, que colocou à disposição das empresas consultorias e capacitações voltadas ao enfrentamento da crise, ofertou ao público da agricultura familiar, com o incentivo de subsídio 100%. Os desafios serão constantes em virtude do clima e bioma, porém, se trabalharmos a educação ambiental, a gestão dos pequenos negócios e a organização dos grupos, possibilitaremos novos rumos a estes empreendimentos rurais”, observa Pollyana.
Um dos destaques em 2021 foi o crescimento e desenvolvimento da atividade de bovino de corte dos produtores que fazem parte da Cooperativa Boi de Engenho. Por meio da consultoria de Avaliação de Carcaça, destinada à carne nobre, os produtores tiveram um acompanhamento mais de perto no que se refere ao manejo sanitário e nutricional, bem como, à logística do frigorífico até os pontos de venda.
A consultoria possibilitou aos cooperados entregar ao mercado consumidor uma carne com padrão de qualidade em torno de 20% superior, em relação ao ano de 2020. Além da agregação de valor na qualidade da carne, os produtores também tiveram um aumento no número de animais na propriedade e entregues para abate, em relação ao ano passado, saltando de 2.250 para 2.430 – um acréscimo de 8%.
“O grande desafio de 2021 foi o retorno das atividades na pandemia, já que enfrentávamos um período de muitas incertezas. O surgimento dos novos modelos de negócios digitais, impulsionado pelo momento, trouxe um grande impacto para os agricultores, com novos hábitos na compra e venda da produção e na forma de se capacitarem. Esse cenário passou a exigir um aprendizado em tempo recorde e todos foram se adaptando aos poucos”, relembra a analista da Unidade de Competitividade e Desenvolvimento, Jacqueliny Martins.
A Boi de Engenho já virou marca registrada no segmento de carnes especiais em Alagoas. O grupo de pequenos produtores nordestinos ilustra bem a nova roupagem da produção e da venda de carnes no País. Com pastos nas cidades de Paulo Jacinto, Quebrangulo, Viçosa, Pão de Açúcar, União dos Palmares e Porto Calvo, a cooperativa abastece os consumidores com carne de qualidade, investindo em sustentabilidade.
“Nossa carne é diferenciada, a partir da melhoria da fazenda, da nutrição animal, aplicando um manejo sustentável, com o gado bebendo água de alta qualidade em bebedouros, sem maus-tratos, utilizando pré-requisitos como o bom acabamento, utilização de gados jovens de 24 a 26 meses, trazendo uma carne mais macia”, explica um dos criadores, Amarílio Monteiro.
“O Sebrae ajudou bastante na implantação e consolidação do nosso projeto Boi de Engenho. Ajudou tecnicamente, nos levando a visitas e missões onde conseguimos avaliar e entender como outras empresas funcionam. Nos ajudou a trazer uma consultora de fora e realizar o planejamento das ações que faremos nos próximos meses. E também quanto à divulgação do nosso negócio, dando apoio e cedendo espaço no Steak Festival. Se não fosse o Sebrae, não teríamos participado”, conta Monteiro.
Expectativa para 2022
Para este ano, a analista Pollyana Bellotti afirma que o Sebrae vai fortalecer ainda mais as ações direcionadas para essas cadeias produtivas, ratificando a importância de continuar firme no propósito de contribuir positivamente para a sociedade e a economia local.
“Vamos continuar apoiando todos os agentes produtivos dos mais variados setores da economia, que atuam antes, durante e depois da produção. Além disso, temos buscado, com nossa ação de desenvolvimento, priorizar a sustentabilidade ambiental, inovação e conectividade no campo, além do estímulo à agregação de valor da produção”, afirma.
