O assentamento Água Fria, na rural de Maragogi, é um importante polo de produção artesanal a partir do uso de fibra natural da bananeira. O Sebrae acompanha a trajetória das artesãs da comunidade desde o seu início, incentivando a criação da Associação Mulheres de Fibra, conhecida hoje em todo o país. Elas se inspiram nos pontos e nas técnicas do Filé, renda típica de Alagoas, para criar peças que vem atraindo um número cada vez maior de compradores.
“Tivemos um grande apoio do Sebrae, do Incra, da Coopeagro e do Governo para desenvolver nosso trabalho. Com a comercialização, ganhamos mais autonomia e independência financeira, uma renda que, antes, vinha apenas da agricultura familiar”, conta a presidente da associação, Amara Lúcia Silva de Oliveira. O portfólio de produtos inclui bolsas, passadeiras, cachepôs, porta-copos e peças do vestuário que representam o talento das artesãs que vivem no assentamento.
“A gente nem conhecia a técnica do filé tradicional, e quando viu já tava usando a fibra para fazer esse trabalho. Além do assentamento Água Fria, o Junco, o Massangana e o Itabaiana também receberam as oficinas de capacitação do Sebrae. Isso já tem mais de 13 anos”, completa Amara. Segundo ela, o trabalho na roça já não era suficiente para garantir a subsistência.
Pioneirismo
A história do Sebrae Alagoas com o artesanato local começou há mais de 20 anos e a entidade tem sido determinante no apoio aos artesãos de todas as partes do Estado. Uma atuação que vai desde as bordadeiras de filé, renascença, bilro, passando pelo artesanato em barro, madeira, fibra, papel, palha entre outros materiais.
A instituição busca garantir a sustentabilidade e a sobrevivência das técnicas e da arte destes artesãos alagoanos. “Procuramos identificar as pessoas que possuem essa arte ancestral, que passa de geração para geração para orientá-los no mundo do mercado, para que eles possam gerar renda através da arte, através do que eles sabem fazer”, revela Marina Gatto.
“Procuramos entender como é a produção, quem está envolvido, como aprendeu, qual a história que está por trás, o Sebrae ajuda a na melhoria da gestão daquele artesão, como fazer a formação do preço das peças, cobrando de maneira justa, como eles podem melhorar o acabamento, composição de cor, criar novos tipos de produto que sejam demandados pelo mercado, sempre respeitando as técnicas e a identidade do artesão”, completa.
Marina Gatto destaca que uma das missões do Sebrae é preparar o artesão para o mundo, o que hoje também significa inseri-lo no universo digital, não somente em feiras e eventos, e aproximá-los do público-alvo que aprecia arte. A ideia central é tornar os produtos, feitos manualmente, em objetos do desejo, para que eles sejam únicos. Dessa forma, as pessoas vão conhecer e, ao mesmo tempo, vão divulgar a arte e a cultura alagoana.