Agência Sebrae de Notícias

A inovação em Alagoas atinge velocidade de foguete e não dá sinais de querer pousar. Em um ano de tempo firme para a inovação, as startups apoiadas pelo Sebrae alcançaram altitude surpreendente, com crescimento de 123% no faturamento. O Encontro de Oportunidades com Startup, realizado pelo Sebrae Arapiraca, mostrou que o segmento deve continuar voando alto em 2026. Reunindo empresas e startups em um momento de conexões, troca de ideias e discussão de soluções, o evento fez parte do processo de descentralização do ecossistema de inovação, que faz escalas no interior em direção a grandes centros urbanos do país e até do exterior.

“O Encontro de Oportunidades foi um momento onde criamos um ambiente para empresas exporem seus desafios e onde startups puderam apresentar alternativas, com o objetivo de promover novos negócios, incentivando a identificação das necessidades de mercado e aproximando-as das soluções desenvolvidas pelas startups do Agreste. Além disso, destacamos diversas oportunidades para quem deseja transformar ideias inovadoras em realidade”, explica a analista do Sebrae, Geovânia Brito, que participou da organização do evento com o comitê gestor do Ecossistema do Agreste.

Tecnologia otimiza plano de voo de empreendedor

Uma dessas ideias inovadoras foi apresentada pela Andrea Oliveira, da IADTech, que percebeu que o modelo tradicional de agência de marketing era caro e lento para o pequeno empresário. Com a ajuda de outras duas mulheres ela construiu uma aeronave mais leve e mais eficiente: uma plataforma recém-lançada que facilita os serviços para pequenas empresas.

“Eu já tinha uma empresa de marketing e, a partir da dor dos nossos clientes, identificamos que muitos deles não possuíam poder aquisitivo para contratar uma agência tradicional e nem tempo para se dedicar. A partir daí criamos uma plataforma de gerenciamento de marketing digital, que faz todo o processo de criação e gestão integrada com o Instagram para que o empreendedor possa ter o serviço pagando de forma reduzida. A primeira versão foi lançada esta semana, com algumas funcionalidades gratuitas”, detalha Andrea.

Após ter sua empresa acelerada no Startup NE, participar do Empretec, Arena Empretec, e duas vezes do ALI, a empreendedora afirma que o apoio do Sebrae é fundamental para a jornada do negócio. “Entre os 286 projetos inscritos no Startup NE, ficamos em sexto lugar na primeira fase. Então, por meio do programa recebemos todo o suporte para o desenvolvimento da plataforma.”, ressalta.

Simulador elimina medo de “passageiros”

Em outra rota, temos a RV Saúde, pilotada por Jaqueline Maria, empreendimento que tem como missão reduzir o estresse dos pacientes que precisam se submeter à ressonância magnética. Tudo começou quando um parente que ela acompanhava durante o exame teve uma crise de pânico. Daí surgiu a ideia: por que não ter algo que traga relaxamento para o paciente para que o exame ocorra de forma tranquila?

A resposta foi um simulador de realidade virtual. “Essa tecnologia simula o procedimento do exame e traz também cenários relaxantes de forma guiada. Uma assistente virtual conversa com ele na realidade virtual. Desenvolvemos um método que usa a neurociência para levar o paciente a um estado de relaxamento cognitivo e neural”, fundamenta Jaqueline.

Pensado inicialmente como um projeto de pesquisa em sua carreira acadêmica, como pós-doutora em Química e Biotecnologia, foi com a ajuda do Sebrae que ela descobriu o potencial da solução como um negócio. “O projeto de pesquisa aconteceu em 2019, quando eu buscava solução para o problema. A RD Saúde teve início em 2022. A partir do Startup Day, percebi que a solução era uma ideia de negócio. Então, começamos a participar das reuniões, dos editais, como o Startup NE, que ajudaram a desenvolver a RV Saúde e, após três anos, nós temos alguns clientes e estamos galgando espaço no mercado, divulgando o que estamos entregando, uma experiência para o paciente de conforto na hora da realização do exame” conclui.

Expandindo o radar e abastecendo os tanques

Para que essas startups possam voar cada vez mais longe, o Sebrae construiu “aeroportos” de inovação do interior. Além de Maceió, agora existem voos saindo de Arapiraca, Penedo e Delmiro Gouveia em direção ao mundo, como explica Danúbia Dantas, analista do Sebrae Alagoas. “Terminamos o ano com quatro ecossistemas de inovação e com o nascimento de mais um, na Zona da Mata, na região de Viçosa, Mar Vermelho e municípios vizinhos. Nesses locais, nós juntamos as instituições, empresas e universidades para trazer mais oportunidades para a região. Em Arapiraca, por exemplo, temos startups aceleradas pelo Sebrae que nasceram de eventos, como capacitações e oficinas de ideias. E é isso que a gente quer, descentralizar para dar oportunidade às ideias que nascem no interior, firmar as pessoas na região, para que ninguém precise sair de onde mora em busca de oportunidades”, declara.

O ecossistema conclui 2025 com 40 startups da capital e do interior aceleradas no Startup NE e destaque em missões para Lisboa e Florianópolis, onde um negócio alagoano ficou entre os dez finalistas do prêmio nacional, numa lista de mais de cinco mil inscritos, além de negócios fechados entre startups com empresas de renome nacional e internacional, além de uma média de incremento de 123% no faturamento das startups apoiadas pelo Sebrae.

2026 será o ano da “Inovação Aberta”, de acordo com Danúbia, uma política para facilitar a conexão entre grandes e pequenas empresas. “No próximo ano, queremos mostrar às grandes empresas que elas não precisam buscar soluções para as suas dores lá fora. Um hospital daqui não precisa importar uma solução de São Paulo para facilitar exames de ressonância, por exemplo”, afirma. E entre as ações, ela destaca o Neon, que deve voltar as atenções do país para o segmento de inovação em Alagoas.

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Ajustando a rota para voos globais

O analista do Sebrae, Washington Lima, ressalta que o papel do Sebrae é garantir a mudança da mentalidade do empreendedor local, transformando ideias em um negócio real. O grande desafio, de acordo com ele, é fazer com que os pilotos percebam que as soluções inovadoras podem gerar conexões rentáveis. “O papel do Sebrae é disseminar que um projeto inovador pode se tornar um negócio, para que o empreendedor se veja como empresário, coloque isso no mercado e traga sustentabilidade econômica”, explica Washington, ressaltando a ambição de fomentar “negócios globais resolvendo problemas locais”.

Mas o plano de voo vai além das fronteiras brasileiras. Washington cita a recente missão Lisboa, voltada para empresas que buscam internacionalização. “Apoiamos também aquelas que já estão um pouco mais desenvolvidas, que possuem desafios maiores e querem ampliar mercado atuando em outros países”, conclui, sinalizando que o destino final dessas empresas é o espaço aéreo internacional.