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Agente de Inovação de Alagoas é destaque em congresso de negócios em São Paulo

Trabalho publicado em artigo propõe método inovador de gestão nas micro e pequenas empresas
Por Kelmenn Freitas
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A relação entre liderança e poder de inovação das empresas foi a principal constatação de um artigo científico elaborado por Ricardo Lima, agente local de inovação do Sebrae Alagoas e um dos selecionados durante o 2º Congresso de Inovação e Negócios, realizado em São Paulo (SP).

No artigo “Correlações entre práticas de liderança atuais, engajamento e produtividade nas micro e pequenas empresas: um estudo para construção de um método inovador de gestão”, o agente do programa ALI apresenta a construção de um novo método de liderança, que pode e deve ser replicável e escalável para qualquer micro e pequeno negócio.

“O propósito do método é trazer clareza aos líderes sobre o quê e como eles devem fazer, na prática, para aumentar o índice de engajamento de suas equipes e, consequentemente, de sua produtividade”, diz Ricardo.

“A partir de um estudo de campo realizado com 14 empresas e aproximadamente 70 funcionários, foi verificado, de forma estatística, quais são as ações práticas mais relevantes e impactantes, com o consequente agrupamento delas em etapas estruturadas, aliado ao desenvolvimento de ferramentas inovadoras e práticas para cada uma das etapas”, explica.

Com base nos dados, ele propõe a criação do método de liderança VIP – Visão, Influência e Pessoas, que deverá ser implementado pelos empresários e gestores em três ondas. A Onda 1 – Gostar de pessoas, onde para que um funcionário entregue seu máximo potencial, ele precisa enxergar, de forma clara e consistente, que o seu líder se preocupa genuinamente com ele.

“Isso está evidenciado através da pergunta 5 da pesquisa, que representa uma série de outras questões que os funcionários entendem ser fundamentais na convivência com seus líderes e times de trabalho. Exatamente por isso, a primeira onda do Método VIP envolve a característica “gostar de pessoas”, que pode ser definido também como gastar tempo com pessoas. Não temos como fugir do velho jargão de que ‘tudo começa com as pessoas’. Porém, trata-se de uma realidade, pois é através de um conhecimento mínimo dos seus funcionários que o líder conseguirá obter os subsídios necessários para as próximas etapas”, explica o agente local de inovação.

Já a Onda 2 – Visão, se baseia no fato de que os funcionários apenas irão se engajar de verdade quando conseguirem enxergar um futuro inspirador, através de uma visão de destino construída com a participação ativa deles.

“Os líderes somente conseguirão construir essa visão de forma adequada se tiverem realizado a Onda 1 de forma completa. É através de uma visão de destino construída e comunicada de forma correta e envolvente que o funcionário, mesmo vivendo dias turbulentos em sua rotina, não irá se desmotivar e conseguirá enxergar que existe um caminho rumo ao futuro almejado. A partir dessa visão de destino, bem construída de forma participativa, caberá ao líder negociar metas junto ao seu time que se conectem a essa visão”, destaca.

“O líder precisará envolver seus liderados, mostrando as responsabilidades e a importância do trabalho de cada um deles para o sucesso do alcance de um resultado maior, que envolva toda a organização”, observa o agente.

E, por fim, a Onda 3 – Influência, quando os líderes precisam levar seus funcionários até essa visão de destino construída. O exemplo é um ponto fundamental, porém, além dele, torna-se vital uma rotina construtiva de feedbacks tanto corretivos, quanto positivos para o direcionamento da equipe, além de estabelecer responsabilidades e rotinas de controle para cada integrante adequadas às suas reais competências.

“As três ondas foram abordadas de forma bastante simplificada, apenas com o fim didático de demonstrar o método construtivo em questão. Porém, cabe ressaltar que cada uma delas compreende uma série de outras atividades e ações conectadas que devem ser executadas de forma consistente pelas lideranças. Adicionalmente, vale ressaltar que as três ondas compõem um ciclo contínuo e eterno de liderança, sendo reiniciado com uma periodicidade anual, sempre nessa sequência: Pessoas, Visão e Influência”, pontua Ricardo.

Para Vitor Pereira, analista da Unidade de Soluções e Inovação do Sebrae Alagoas, o artigo reforça o sucesso do Programa ALI no estado, que cria uma base de conhecimento e entende a realidade de cada empresa.

“Essa questão da liderança e performance de equipe é muito importante. Mas o fundamental é a vivência, a prática, porque a teoria baliza métodos para você liderar, mas a liderança é feita ao vivo. Então, é bem importante ter a capacidade de inspirar os outros, mas envolve mais que isso. Envolve a compreensão de como gerir as pessoas, o processo, a própria tecnologia da empresa para alcançar os resultados. A liderança transborda em todas as áreas que envolvem as dimensões de gestão de um negócio”, analisa.

“Ainda mais pelas questões de adaptabilidade, de mudanças contemporâneas, inclusive no comportamento do consumidor e do colaborador. Essa questão de mudança de gerações é muito importante para o líder estar antenado. Como a gente chama muito na liderança situacional, adaptado ali à realidade”, completa.