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Empresária transforma infância empreendedora em uma ótica de referência no Sertão

Na Semana do MEI, o Sebrae traz histórias inspiradoras de alagoanos que formalizaram seus negócios e alcançaram o sucesso
Por Débora Muniz
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Natural de Canapi, Sertão alagoano, Samara Ricaline carrega no sangue a veia empreendedora herdada dos pais. Ainda criança, aos 9 anos de idade, ela já realizava suas primeiras vendas. Com a ajuda de uma tia que morava em Delmiro Gouveia, recebia mercadorias de utilidades domésticas e revendia com lucro significativo. “Eu sabia que as pessoas precisavam daquilo e eu vendia tudo”, conta.

Os pais de Samara sempre foram referências importantes em sua trajetória. O pai, analfabeto, mas visionário nos negócios, e a mãe, empreendedora do lar, sempre inspiraram os filhos. “Meu pai é minha inspiração. Ele não sabe ler nem escrever, mas é incansável nos negócios”, destaca Samara.

Ao longo dos anos, ela diversificou suas vendas, chegou a ter 16 pessoas revendendo bijuterias para ela, sempre no setor informal. Foi apenas em janeiro de dois anos atrás que a virada veio: ela decidiu se formalizar como Microempreendedora Individual (MEI), abrindo oficialmente a Ótica SR.

A mala que virou loja

Foi com uma mala cheia de óculos que Samara começou a dar os primeiros passos na área que mudaria sua vida. De porta em porta, oferecia modelos solares. A clientela, satisfeita, logo começou a pedir por óculos de grau. Foi quando ela viu uma nova oportunidade.

Com apoio de uma representante e mantendo o padrão de qualidade, ela ampliou o portfólio e percebeu a necessidade de oferecer também o exame. “Se tem o óculos, tem que ter o consultório. E eu aproveitei essa nova oportunidade”, diz.

Começando em um prédio simples, ela reformou o espaço com recursos próprios: montou a ótica, organizou o consultório ao lado e passou a morar no fundo. “Transformei tudo em um só ponto. Do zero”, relembra. O atendimento, baseado na confiança e no boca a boca, rendeu frutos. “Na primeira vez que trouxemos um profissional para realizar os exames, foi estabelecida uma meta. Eu mais que dobrei”, celebra.

Formalização e o apoio do Sebrae

Para Samara, o apoio do Sebrae foi decisivo na virada para o mercado formal. “Se não fosse o Sebrae, podem ter certeza que meu CNPJ não teria se desenvolvido. É primordial”, afirma. Ela participa de oficinas, cursos e palestras, sempre buscando novas formas de se atualizar.

“A diferença entre estar informal e formal é o foco. A gente para de fazer tudo ao mesmo tempo e passa a ter um direcionamento. O Sebrae me ensinou a lidar com o marketing, com as redes sociais, com o cliente”, conta. A empreendedora destaca que o medo é o maior bloqueio para muitos informais. “O medo paralisa. Mas a gente precisa decidir pelos nossos medos e não deixá-los decidirem por nós.”

Semana do MEI: oportunidade para novos caminhos

A história de Samara ganha destaque durante a Semana do MEI, evento realizado de 26 a 30 de maio pelo Sebrae em todo o Brasil. Em Alagoas, a programação se estende ao longo do mês, com ações presenciais em Maceió, Delmiro Gouveia, Arapiraca, Penedo, entre outras cidades. O objetivo é apoiar os microempreendedores na formalização, declaração anual, capacitação e crescimento dos negócios.

Em 2025, o Sebrae comemora a 16ª edição do evento com mais de 3 milhões de clientes atendidos em todos esses anos, distribuídos nas cinco regiões do país. Um evento anual pensado para ajudar quem quer empreender, se formalizar ou, se já é um MEI, adquirir mais informações e competências.

A programação esse ano vai focar em temas como comportamento empreendedor, planejamento para formalizar ou decolar negócios, orientações para crédito, gestão financeira, inovação, transformação digital, atendimento ao cliente, como vender mais e melhor, marketing e muito mais.