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Em parceria com Instituto Mandaver, Sebrae capacita empreendedores do Vergel do Lago

Consultor aplicou metodologia ‘Periferia de Impacto’ para estimular os empreendimentos daquela localidade
Por João Paulo Macena - Savannah Comunicação
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O Sebrae Alagoas, em parceria com o Instituto Mandaver, realizou capacitações em sua sede na última terça-feira (23) e, quarta-feira (24), na Escola Estadual Professora Anaias de Lima Andrade, no bairro Vergel do Lago. Com o propósito de impulsionar os negócios liderados por moradores de regiões periféricas e favelas de Alagoas e dar oportunidade da criação de Negócios de Impacto Social e Ambiental (NISA), a instituição trouxe o consultor Júlio Lêdo, criador do programa ‘Periferia de Impacto’.

De acordo com Júlio Lêdo, a solução também foi criada para mostrar à sociedade e aos moradores desses territórios periféricos dos centros urbanos e da área rural que eles têm o poder de transformação. A metodologia do ‘Periferia de Impacto’ consiste em trabalhar a identificação e validação de problemas presentes na favela, separando a quem cabe resolvê-los, seja os próprios empreendedores e a população da região, o poder público e as instituições.

“A partir disso, a gente identifica os sonhos dessas pessoas e oferta a cocriação de soluções para transformar esses territórios periféricos, utilizando o empreendedorismo de base social. A sociedade não olha para o potencial da favela e não olha para a favela. Quando olha, não consegue ver as potencialidades, o poder de criação e resiliência nesses territórios”, afirma Júlio Lêdo.

Uma das técnicas utilizadas na capacitação é o instrumento ‘Xô Sofrência’ (baseado na Matriz SWOT que aborda a relação Carência x Potência), no qual o consultor apresenta algumas perguntas para quem quer iniciar um negócio ou melhorar o que já existe, entre elas: ‘o que o empreendedor tem de bom para ajudar no projeto?’, ‘o que falta para o projeto virar realidade?’, ‘Quais as ameaças?’.

Júlio ainda apresentou cases de empresas NISA como a alagoana ‘Águias Femme’, empresa que nasceu para gerenciar mão de obra feminina na área da construção civil, conectando-as aos clientes que buscam solucionar problemas no setor. Outra empresa alagoana lembrada foi a ‘Nosso Mangue’, negócio de impacto social voltado para a recuperação e preservação dos manguezais, por meio do turismo de vivência e crédito de carbono.

Júlio Lêdo também lembrou que esta é uma oportunidade de aproximar esses empreendedores ao Sebrae. “As pessoas de territórios periféricos têm uma barreira criada por elas mesmas de achar que não ‘cabem’ no Sebrae. Eu procuro mostrar que elas não só ‘cabem’ no Sebrae, mas que o Sebrae também vai até elas para atendê-las e modificar essas situações através do empreendedorismo social”, conclui, destacando que tudo isso pode contribuir com o desenvolvimento desses territórios.

Resultados 

De acordo com o Coordenador de Projetos do Instituto Mandaver, Leandro Lima, a metodologia capacitou cerca de 30 empreendedores da região, levando mais conhecimento e novas ideias para quem já empreende lá. “Aqui no Vergel temos um público com um ímpeto empreendedor, mas que precisa ser capacitado e nos foi sugerido essa metodologia do Periferia de Impacto, para que os empreendedores daqui transformem suas ideias em negócios de impacto social, gerando renda e trazendo um impacto positivo para a comunidade. Foram dois dias de muito aprendizado e desenvolvimento”, pontua.

Uma dessas empreendedoras é a cabeleireira Wanessa Fernandes, dona do próprio salão, que começou a empreender por meio do estímulo do Instituto Mandaver. “Foi maravilhoso. Para nós que somos empreendedoras e não dependemos de ninguém, o curso nos trouxe mais sabedoria, nos incentivou a inspirar outras mulheres a trabalharem em seu próprio desenvolvimento e trabalhar com as novas tecnologias. Isso nos incentiva a crescer e não ficar na mesmice e sempre buscar melhorar e oferecer algo de bom para as pessoas”, frisa Wanessa.

Outra participante foi Juliana Santos, vendedora de cosméticos e cestas de produtos de beleza. “Ele [o consultor] fez com que a gente transbordasse aqui ao mostrar os métodos até para que não tem um negócio e pretende abrir. Ele nos incentivou mostrando que devemos começar com o que temos. Não precisa começar de cima. Começando com o que temos, podemos fazer o nosso negócio melhorar. O Sebrae nos deu essa oportunidade e eu decidi abraçá-la”, pontua.

Quem também gostou da capacitação foi Maria Alice, empreendedora da ‘Noite Quente’, loja online de cosméticos eróticos. Ela destacou a importância da capacitação sobretudo agora, que está em fase de estruturação de sua loja física no bairro. “Foi uma oportunidade incrível. É sempre bom buscar novos conhecimentos. É meu primeiro contato com o Sebrae. Quero participar de mais coisas assim. Abriu muito minha mente para novas ideias. O Sebrae já está sendo muito importante para mim. Muita gente da periferia tem ideias para empreender, mas não tem oportunidades assim e o Sebrae nos trouxe isso”, finaliza Maria Alice.

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