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Diretora do Sebrae Nacional discute participação feminina na política em evento do TRE/AL

Margarete Coelho destacou importância do apoio ao empreendedorismo feninino no Brasil
Por Kelmenn Freitas - Partners Comunicação
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A diretora de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Margarete Coelho, participou na noite desta quarta-feira (22) do evento “Mulher e Poder: uma reflexão necessária”, promovido pelo Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL) e que discutiu a participação feminina na política.

Ela falou ao público que lotou o auditório do Tribunal de Justiça (TJ), no Centro de Maceió, com a experiência de quem traz no currículo ter sido a primeira mulher a se tornar vice-governadora do seu estado, o Piauí, e o mandato de deputada federal. A diretora de Administração e Finanças do Sebrae Alagoas, Juliana Almeida, prestigiou o evento.

Margarete Coelho destacou que as mulheres hoje não empreendem só porque querem, como geralmente acontece com os homens, mas sim porque elas precisam. “E mesmo assim apenas em negócios que não as afastem do lar, dos cuidados com os filhos e até mesmo dos netos. Tudo para a mulher é mais difícil. Até a tomada de empréstimos nos bancos é mais complicado para nós, onde existe uma taxa de risco que para as mulheres é sempre lá no alto”, destaca.

“Por isso é tão importante estarmos presentes em todas as frentes de poder, precisamos ter muito mais diversidade feminina na política. A mulher sofre demais quando deixa os filhos em casa para trabalhar. Eu mesma senti preconceito quando disputei minha campanha no Piauí. Me deparei com questionamentos que, na prática, reforçavam que eu não devia estar na rua pedindo votos às 11h da noite, deixar a casa etc.”, conta.

Margarete Coelho destacou ainda que as mulheres querem ser reconhecidas como líderes, incluindo até mesmo a liberdade para poderem dizer que não querem liderar nada. Ela citou o caso da Jacinda Ardern, ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, que renunciou ao cargo em fevereiro passado “por não ter mais o combustível necessário para fazer o trabalho da melhor forma”.

Além da diretora do Sebrae Nacional, também participaram do encontro a ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Maria Cláudia Bucchianeri, e Lázara Carvalho, advogada, mestranda em Resolução de Conflitos, conselheira do Innocence Project Brasil e Chefe de Gabinete da Secretaria Nacional de Justiça.

“As mulheres não precisam ser empoderadas. Elas só precisam assumir o poder que elas já têm. Ser mulher não é fácil: os homens vão envelhecendo e são valorizados, ganham status de maturidade, enquanto nós mulheres parece que temos que ser aposentadas e não servimos mais para nada. Isso não pode ser assim. Nós mulheres também temos condições para assumir as cadeiras de poder”, diz Lázara Carvalho. “O machismo acaba ferindo a todos nós em geral. Porque até os homens não podem chorar, não podem pedir um abraço, um acolhimento, e assim acabam adoecendo”, observa.

Já a ministra do TSE avalia que o Brasil tem uma democracia pujante, mas o país ainda está muito atrás na representatividade de mulheres nos espaços de poder, e esse cenário é ainda pior quando se leva em conta a representatividade de mulheres pretas.

“Porque também estamos elegendo tão poucas mulheres? É imprescindível se debruçar sobre isso. Quando a gente fala em democracia, a gente fala em respeito à Constituição. A democracia não é um critério formal, é um critério valorativo da vida em sociedade, e um dos aspectos mais importantes da democracia é a representatividade, a diversidade e a pluralidade”, destaca.

Para a desembargadora eleitoral Jamile Coelho, presidente da Comissão de Participação Feminina e pela Ouvidora da Mulher do TRE/AL, o evento foi uma grande oportunidade para ouvir histórias e experiências de grandes mulheres, com vivências completamente diferentes, mas focadas em debater o processo eleitoral com um olhar feminino e despertar o interesse e o engajamento individual e coletivo.

“Talvez uma escuta mude a realidade de uma mulher, que desperte a vontade de se tornar candidata, de se filiar a um partido ou apenas de fiscalizar os candidatos em que votou. Talvez faça com que muitas ganhem voz e incentivem outras mulheres. Enquanto não houver paridade de gênero na escolha das políticas públicas, não haverá sociedade justa e plural”, destaca a magistrada.

A diretora de Administração e Finanças do Sebrae Alagoas, Juliana Almeida, elogiou a iniciativa da Justiça Eleitoral em promover um evento com uma pauta de forte impacto social.

“Foi uma noite ímpar, com grandes palestrantes e a cada dia eu acho que a gente aprende mais. Aprendemos que a gente ainda tem que continuar em frente, fazendo o nosso dever de casa, ocupar mais espaços de poder, todos aqueles que nós pudermos. São exemplos de vidas, de histórias o que a gente ouviu aqui. Foi muita inspiração essa noite”, diz.