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Sebrae Alagoas bateu recorde de atendimento em 2021

Mais de 177 mil atendimentos foram realizados em todo estado, com um dos melhores índices de recomendação do país
Por Redação – Savannah Comunicação Corporativa
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Os últimos dois anos talvez tenham sido os mais desafiadores para o Sebrae desde a sua criação, há quase 50 anos. A implacável crise sanitária que tem deixado a economia em apuros desde o início de 2020 também pegou em cheio os micros e pequenos negócios, principal público atendido pela instituição.
 
Durante 2021, segundo o Mapa de Empresas do governo federal, 12.929 negócios fecharam as portas em Alagoas, mas muita gente se tornou microempreendedor individual (MEI) para contornar o desemprego, pagar as contas e colocar comida na mesa. Mais de 22 mil novos MEIs foram abertos no estado entre o final de 2020 e dezembro do ano passado, ainda conforme dados do governo federal.
 
Para auxiliar os cerca de 170 mil donos de pequenos negócios em Alagoas a superar os desafios impostos pela crise e até mesmo reinventar suas empresas, o Sebrae desenvolveu programas de consultoria 100% gratuitos e ampliou a oferta de produtos e serviços à distância.
 
Em 2021, dos cerca de 180 mil atendimentos realizados em todo Estado, mais de 40% foram digitais, ampliando o acesso a cursos e consultorias ao maior número de empresas possível. O desempenho do último ano superou até mesmo os resultados gerados no auge da pandemia, em 2020, quando a instituição registrou cerca de 120 mil atendimentos.
 
Somente em 2021 foram realizadas 10.184 consultorias, um serviço personalizado voltado ao atendimento de necessidades específicas das empresas. Posicionamento digital e formalização da empresa foram alguns dos temas mais demandados pelos empreendedores, que buscavam o apoio da instituição para se adaptar aos novos cenários e modelos de negócios.
 
O empresário Alan Araújo, da Natural Concept, loja de produtos naturais em Delmiro Gouveia, foi um desses empreendedores que procurou o Sebrae para tentar contornar os impactos da crise. Com menos de dois anos no mercado, a empresa estava começando a colher seus primeiros resultados quando a pandemia chegou.
 
“Pensei que iríamos fechar as portas. Estávamos ficando mais maduros, mas aí veio aquele boom. Assim como a maioria das empresas, tivemos que fechar de forma temporária”, revela.
 
Diante do contexto, Alan não perdeu tempo. Ele recorreu a consultorias online na área de marketing digital, para estruturar o e-commerce da sua empresa, focando em ferramentas como Instagram e WhatsApp.
 
“Logo imaginei: como vender sem abrir a loja? Mudamos as nossas formas de trabalhar, começamos a atender por delivery. Elas [as consultorias] nos ajudaram muito. Outro curso que me ajudou nesse período foi o Líder Coach [capacitação que aborda os desafios da liderança]. Tudo isso me ajudou na tomada de decisão, de como lidar em situações inesperadas e isso foi bem inesperado”, enfatiza.
 
Alan buscou negociar melhores condições de pagamento com fornecedores e focou no relacionamento com seus clientes. A pandemia também obrigou o empresário a enxergar oportunidades de mercado para cobrir eventuais prejuízos causados pelo cenário adverso. Se por um lado o público deixou de comprar suplementos, por conta do fechamento de academias, por outro Alan observou que as pessoas passaram a comprar produtos com o foco em uma alimentação mais saudável e que melhorasse a imunidade.
 
Superado os desafios iniciais, hoje a empresa segue crescendo, melhorando sua infraestrutura e oferta de produtos.
 
“Quando a gente precisa de ajuda, procuramos logo o Sebrae e ficamos de coração jubilado, porque temos a certeza de que encontraremos um norte. Os consultores e analistas são como conselheiros nossos. O Sebrae nos trouxe mais maturidade para perceber que um negócio só torna mais sólido com o tempo”, finaliza.
 
Em Maceió, a artesã Mari Assis, do espaço cultural ‘Arte dos Quatro Cantos’, também contou com a ajuda do Sebrae para migrar seu negócio para o ambiente virtual por causa da pandemia. A loja dela ficava em uma galeria no Pontal da Barra e recebia turistas do mundo inteiro, mas como o turismo foi um dos setores mais atingidos, o local teve que fechar as portas.
 
“Sou empreendedora desde 2014. Esse período de pandemia é muito desafiador. Cada dia é um dia diferente. Tenho o Sebrae como o meu grande apoiador e parceiro que me desperta e me faz acreditar que o meu negócio dá certo. Esse é um mundo novo para a gente. Mudar do físico para o virtual foi extremamente desafiador. Tudo aquilo que é novo mete medo, mas acho que é algo normal”, afirma.
 
Desempenho
 
“Apesar de dois anos de enfrentamento de pandemia, das dificuldades, de todo esse desafio que nós estamos enfrentando enquanto sociedade, enquanto economia, nós estamos atingindo resultados recordes. Alcançamos quase 180 mil atendimentos e uma execução orçamentária também recorde”, avalia o diretor técnico do Sebrae Alagoas, Vinícius Lages.
 
“Também qualificamos o resultado com um NPS muito elevado, de quase 85 pontos, ou seja, um índice de grandes corporações. E isso deveu-se à capacidade do nosso corpo técnico de se engajar, de se qualificar, de se preparar para ajudar os empresários em crise, empreendedores que estão sofrendo, endividados, e tiveram suas atividades impactadas pela pandemia”, destaca.
 
O NPS citado por Vinícius Lages funciona como um termômetro do quanto os empreendedores enxergam o Sebrae como parceiro para ajudar a dissolver seus problemas. Este indicador – abreviação em inglês para Net Promoter Score – mostra a satisfação pelo serviço e a recomendação dos clientes. E esse mesmo desempenho também aparece no Reclame Aqui, site que reúne a reputação das empresas. Por lá, o Sebrae recebeu o Selo RA 1000 – Certificado de Excelência no Atendimento.
 
Construindo “pontes” no Ambiente de Negócios
 
Outro importante eixo de atuação do Sebrae acontece no campo das políticas públicas. A instituição atua como articuladora para promover um ambiente de negócios positivo ao empreendedorismo, construindo pontes entre atores políticos, empresas e a sociedade e influenciando a criação e aplicação de políticas públicas que beneficiem os pequenos negócios.
 
Uma das iniciativas realizadas pela instituição foi o Programa Cidade Empreendedora, que tem como objetivo o desenvolvimento econômico e na melhoria do ambiente de negócios. Para isso, em conjunto com as prefeituras e lideranças locais a instituição realiza ações para inserção dos pequenos negócios na agenda municipal; a ampliação da participação das micro empresas nas compras do governo; a inserção de produtos da agricultura familiar na merenda escolar; a simplificação dos trâmites de abertura, alteração e baixa em empresas; a qualificação das Salas do Empreendedor; dentre outras.
 
“No ano passado, a gente realizou uma edição internacional do Alagoas Mais Fácil, em parceria com o governo da Estônia, buscando trazer as novidades em desburocratização para os municípios e para o governo do Estado”, relembra a gerente da Unidade de Competitividade e Desenvolvimento do Sebrae Alagoas, Renata Fonseca.
 
Em 2022, a instituição deve avançar principalmente no apoio às prefeituras alagoanas, para que seja efetivada a Lei de Liberdade Econômica. Essa legislação permite que a abertura de uma empresa fique cada vez mais simples e mais rápida para o empresário.
 
“A gente vai avançando com as prefeituras também na questão da regulamentação de Sistema de Inspeção Municipal, que é a autorização que o município dá para venda de produtos de origem animal. Esse é um tema importante porque impacta diretamente na agricultura familiar, que fornece produtos para a alimentação escolar”, explica a gerente do Sebrae.
 
Desafios para 2022
 
O superintendente do Sebrae Alagoas, Marcos Vieira, prevê que a adaptação dos negócios ao mundo digital vai seguir no topo das prioridades das empresas em 2022, especialmente com o atual cenário de crise econômica. Ele lembra que muitas empresas ainda não migraram suas operações para o e-commerce mesmo com a transformação acelerada imposta pela pandemia.
 
“O ano de 2022 se prenuncia para nós um ano de muitos desafios, e por isso estamos trabalhando em nossas ideias e propostas para que possamos avançar nesse mundo de transformação digital e de integração, para cuidar melhor de nossos clientes. Estamos nos preparando para realizar uma performance capaz de nos tornarmos cada vez mais relevantes para a sociedade. O Sebrae é uma instituição relevante para o Estado de Alagoas porque trabalha segmentos importantes, como os pequenos negócios”, destaca.
 
Ele cita ainda problemas como a inflação, já em dois dígitos, e o aumento nos juros. “São desafios tremendos em todo o mundo e em todos os setores da economia. Nossa indústria ainda está capengando nos seus resultados, o agronegócio teve uma queda em função do câmbio, de quebra das demandas da China. São fatores que nós temos que considerar para que ajustemos as nossas baterias, para aplicar os nossos recursos para melhorar de fato, ter resultados tão bons como em 2021″, projeta.
 
Este ano também marca um momento especial para o Sebrae, que vai completar 50 anos em 17 de julho. Marcos Vieira reforça o papel imprescindível da instituição para o país.
 
“As pequenas empresas hoje fazem 30% do PIB, o que nós consideramos muito pouco. Portanto, nesses próximos 50 anos, temos que fazer um esforço necessário para que elas possam gerar mais de 50%, como é o caso de vários países europeus, onde o pequeno negócio tem uma presença muito mais forte na geração de riquezas. E o Brasil é enorme, tem um território vasto, mais de 210 milhões de habitantes. Tem uma força que se traduz em riquezas, em patrimônio natural, patrimônio cultural”, destaca.
 
“E o Sebrae, como uma agência de desenvolvimento para esse país, tem condições de criar mais trilhas, mais caminhos seguros para o desenvolvimento das nossas empresas no sentido de gerar interação. Mais emprego, geração de renda e fortalecimento de um país como uma verdadeira Nação que é”, completa o superintendente.