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Produtos da biodiversidade brasileira pautam segundo dia de seminário internacional

Escoamento da produção e legislação específica para o setor foram alguns dos pontos abordados
Por Redação – Savannah Comunicação Corporativa
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Exportação de produtos da biodiversidade brasileira e construção de mercado para seu escoamento foram alguns dos temas do último dia do II Seminário Internacional Estratégias de Valorização de Produtos Agroalimentares, numa realização do Sebrae Alagoas com a Embrapa Alimentos e Territórios e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 

Pela manhã, os palestrantes se revezaram no Painel 2: Construção de diferenciais para transformar realidades. Quem abriu os trabalhos foi a diretora da Conexsus, Carina Pimenta, que falou sobre “Trilhas para exportação: abrindo mercados para produtos da biodiversidade brasileira”. 

“O Conexsus trabalha para ativar o ecossistema de negócios comunitários rurais e florestais, para aumentar a renda dos pequenos produtores e fortalecer a conservação dos ecossistemas naturais. Nós mobilizamos uma rede de parcerias e aplicamos metodologias e instrumentos financeiros inovadores que fomentam a conexão entre associações, cooperativas e pequenas e médias empresas com mercados”, explica ela. “Nossa rede articula ações estratégicas que focam em soluções para os principais gargalos dos negócios comunitários rurais e florestais”, completa. 

Para avançar nessa missão, Carina Pimenta lembra que é preciso adequar a produção de algumas comunidades à agenda climática mundial, tão importante no atual momento. 

“É preciso conseguir gerar uma economia que apoie essas regiões que concentram grande parte das florestas nacionais. 40% das florestas nacionais estão nas mãos de comunidades que produzem lá dentro. O problema é que a desestruturação dos sinais de comercialização, e muitas vezes de produção, impedem isso de ser um gerenciador de renda”, alerta. “Em 2019, quando a gente fez um levantamento com as empresas, vimos que todo mundo quer comprar produtos da sociobiodiversidade brasileira”, conta. 

Em seguida, foi a vez do diretor técnico do Sebrae Rio Grande do Norte, João Hélio Costa, falar sobre “Mapeamento, posicionamento e construção de mercado para produtos alimentares do Seridó”. Ele começou falando um pouco sobre as riquezas dessa região potiguar de quase 400 mil habitantes. 

“Quando falamos da gastronomia e produtos que ajudamos a desenvolver, podemos destacar o leite e seus derivados, como a produção de queijo artesanal na região que é uma atividade secular. Temos mais de 400 queijeiras artesanais no Seridó, mantendo a tradição, sobretudo com a produção de queijo coalho e manteiga, assim como a manteiga de garrafa, produtos bastante apreciados na gastronomia”, pontua. 

João Hélio citou ainda a carne de sol, biscoitos artesanais, o cultivo do melão, a cachaça, castanha e mel, e destacou que boa parte deles já conquistou o mercado externo. O Sebrae por lá trabalha hoje a indicação geográfica de alguns produtos específicos e com iniciativas de acesso a mercado. 

“Estamos fazendo uma transição de transformar essas unidades artesanais, mantendo a tradição, seus costumes, mas preocupados com a segurança alimentar”, diz. “O governo do estado, em parceria conosco, buscou recursos no Banco Mundial e nós estamos concluindo 39 novas queijeiras adequadas à lei e que estamos conseguindo manter a tradição com ares de modernidade. Elas já estão começando a operar. Ainda assim, não podemos virar as costas para outras 350. Por isso, estamos adequando outra lei mais simplificada para elas. Isso tem feito com que o queijo venha para a formalidade”. 

O Head Data Analytics da Adaptagis, Dieter Bratschi, fechou as apresentações com o tema “Como a Suíça coloca em prática a estratégia ‘Swiss Made’ para produtos alimentares?”. Na sua palestra, ele explicou como funciona as regras impostas pelo governo suíço para que produtos recebam a certificação de ‘feito na Suíça’.  

“A nova regulamentação demanda bastante dos produtos. Qualquer produtor que queira demonstrar a marca suíça em seu produto deve ser capaz de demonstrar a composição do mesmo e a origem do produto. Também trazer dados que mostrem o vínculo com a região da Suíça”, explica. “A única exceção, claro, é para o chocolate porque a Suíça não produz o cacau, que é a matéria prima para sua fabricação”, diz. 

A programação da manhã foi encerrada com o debate com o público, tendo como tema “O que os produtos alimentares diferenciados (PADs) brasileiros que conquistam mercados têm em comum?”. A moderação ficou a cargo de Luciana Vieira, professora da FGV/EAESP. Nesse momento do seminário, os três painelistas da manhã tiraram dúvidas dos participantes, que mandaram suas perguntas pelo chat do canal da Embrapa no Youtube, por onde o evento vem sendo transmitido. 

Assessoria de Imprensa do Sebrae Alagoas: 

Débora de Brito: (82) 99162-5416