O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou uma alta de 14,25% entre os meses de junho e julho em Maceió, segundo nova pesquisa do Instituto Fecomércio/AL em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Em junho, o ganho foi de 6,47%, enquanto julho cravou um aumento de 7,31%. Já em comparação com o mesmo período do ano passado, o atual índice é superior em 59,8%, o que aponta para boas decisões de investimento futuro.
A pesquisa feita pelo Instituto Fecomércio/AL é composta por indicadores como a satisfação do empresariado com as condições atuais, satisfação com a situação atual da economia e a expectativa em relação ao futuro.
Em Alagoas, os números nesse sentido também são positivos, com o empresário apresentando satisfação com as condições atuais em 14,6%, as condições atuais da economia em 32,3% e as condições atuais do comércio em 10,2%.
As condições atuais das empresas comerciais ficaram em 7,3%. Já as intenções do nível de investimento do empresário do comércio em Alagoas ficaram em 3,2%, um pouco abaixo do nível nacional.
No país, os três principais indicadores subiram respectivamente em 19,3%, 29,3% e 11,6% em comparação com o ano passado. Com base nos números, a Confederação Nacional do Comércio fixa em 8% a intenção de investimentos para o setor em termos de Brasil.
“Esta confiança do empresário do comércio alagoano é reflexo ainda da rápida resposta do consumo aos processos de vacinação da população e da flexibilização das medidas de segurança contra a Covid-19. Também é importante lembrar o destacado papel do setor de comércio e serviços na economia local. Tudo isso somado faz com que as intenções de investimento do segmento sigam em alta”, analisa o gerente adjunto da Unidade de Gestão Estratégica (UGE) do Sebrae Alagoas, Fábio Leão.
Desafios
Ele destaca, porém, que nem tudo é positivo no horizonte da economia do país e de Alagoas, e os indicadores de inflação e do custo de vida da população formam esse entrave no caminho para uma melhora ainda mais expressiva. Esses indicadores têm aumentado significativamente a cada mês, corroendo as finanças das famílias mais pobres.
Fábio Leão cita os números da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) para ilustrar sua preocupação. O período compreendido entre janeiro e junho deste ano apresentou um aumento nos preços dos produtos básicos na ordem de 7,5%.
“Se levarmos em conta que a inflação no mesmo período apresentou um aumento de 4%, temos um incremento de 3,5% dos preços dos produtos básicos acima da inflação. Nos últimos 12 meses, esses mesmos produtos aumentaram de preço em 23%, o que significa uma redução no poder de compra das classes de mais baixa renda”, destaca.
O problema desse aumento de preços e da inflação é que os indicadores afetam de maneira diferente a população de baixa renda e as camadas mais elevadas de poder de compra. Grande parte dos aumentos de preços incide sobre a cesta básica e também sobre insumos importantes para a economia, como os combustíveis e a energia elétrica. Para piorar, os aumentos na taxa do dólar também influenciam boa parte dos produtos básicos da economia.
“Com isso, podemos concluir que a expectativa dos empresários do comércio é positiva, sim, no curto prazo. Os índices e os indicadores de faturamento e contratação nas empresas confirmam o bom estado de espírito dos empresários. No entanto, no longo prazo, as nuvens pesadas da economia ainda não foram totalmente dissipadas. É importante que o processo de vacinação [contra a Covid-19] aumente em velocidade e alcance”, sugere Fábio Leão.
O gerente adjunto do Sebrae também reforça ser crucial a manutenção e até mesmo ampliação das políticas públicas de apoio à população de baixa renda. Para ele, “só assim será possível ultrapassar as nuvens sem maiores turbulências”.
Cenário Brasil afora
A análise do Índice de Confiança do Empresário do Comércio cravou os seguintes números em termos nacionais: o de Condições Atuais do Empresário do Comércio subiu 14,6%, sendo puxado por seus índices secundários, como o de Condições Atuais da Economia (32,3%); o de Condições Atuais do Comércio (10,2%) e o de Condições Atuais das Empresas Comerciais (7,3%).
O subíndice de Expectativas do Empresário do Comércio teve um crescimento de 1,9%, destacando-se a expectativa positiva para o indicador Economia Brasileira, com crescimento de 5,6%.
Ainda de acordo com os dados da pesquisa do Instituto Fecomércio/AL, este índice é o que está em melhor posição entre os outros indicadores formadores do índice geral Icec, com média de 146,4 pontos.
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