O primeiro dia de programação da Arena Sebraelab durante o Trakto Marketing Show, no Centro de Convenções, foi pautado por uma série de palestras dos mais variados temas, mas todos eles tendo o empreendedorismo na sua essência.
Quem abriu a arena no início da tarde foi Edson Mackeenzy, diretor de investimentos da The Ventury City, que falou sobre estratégias para criar um pitch de sucesso. Medo de falar em público, dificuldade de gerar empatia ou desconhecer com profundidade o público são características que podem tirar o brilho do momento da apresentação de qualquer empreendedor.
“Mas tão importante quanto saber dizer o óbvio com profundidade nos poucos minutos que você tem durante um pitch, é saber o que falar sobre o seu negócio. E o que eu chamo de ‘auto curadoria’ não pode ser aleatória. Para merecer um Oscar, seu pitch tem que ter um roteiro inteligente, preciso, mas não engessado, com boas sacadas e uma pitada, na medida, de humor e drama”, sugere ele.
Ele destaca que o empreendedor deve seguir algumas dicas básicas para fazer um pitch “matador”: primeiro, deve fazer uma lista do que abordar; utilizar ferramentas de priorização e também desburocratizar o conteúdo.
“A primeira dica importante para você que ainda está com muitas dúvidas sobre como vai começar a desenvolver o seu pitch é criar uma lista com as dez principais informações sobre o seu negócio. Durante quase duas décadas como empreendedor desenvolvi uma técnica simples, para ajudar a compor um conteúdo realmente relevante para apresentações, discursos ou pitches. Esta lista tem que ser composta por coisas que são realmente importantes e que a sua audiência não pode deixar de saber sobre a sua startup”, destaca.
“Outra dica que considero muito válida é utilizar ferramentas de priorização na hora de criar uma lista ou até mesmo para redigir um pitch. Uma das que eu mais gosto é uma ferramenta chamada MoSCoW. Trabalhando essa ferramenta e dividindo o conteúdo, você vai conseguir definir com profundidade tudo que você precisa dizer. Também aconselho todo empreendedor a usar uma técnica chamada 5W2H”, completa ela.
A última dica de Edson Mackeenzy é bem direta: ser simples. “Eu tenho um propósito especial. Em tudo que eu falo, faço, desenvolvo e crio, tento ser simples. Quanto mais faço isso sou mais admirado pela minha audiência”, revela.
A Agenda 2030 e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) foi foco de debate da apresentação das empreendedoras Ianara Bomfim e Ane Caroline Costa, do Sururu Valey. Durante meia hora, elas apresentaram ao público os conceitos de cada um dos 17 ODS, e usaram como meio para isso o Jogo da Inovação: 17 pessoas na plateia sorteavam um tema de cada vez e em seguida era convidada a apresentar soluções socioambientais para o problema.
“Os 17 ODS envolvem temáticas diversificadas como erradicação da pobreza, segurança alimentar e agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, padrões sustentáveis de produção e de consumo, mudança do clima, cidades sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos e dos ecossistemas terrestres, crescimento econômico inclusivo, infraestrutura e industrialização, governança, e meios de implementação”, pontua Ianara.
Os palestrantes Felipe Naumann e Natália Holanda apostaram no marketing digital para fisgar a atenção do público. Natália Holanda pontuou a construção de marca/branding, enquanto Felipe Naumann tratou sobre um novo olhar para o marketing digital.
“É imprescindível que todo empreendedor hoje saiba usar as ferramentas Google Meu Negócio, Linkedin, Facebook Commerce Manager, identificar a diferença entre mobile e desktop, o marketing de conteúdo”, destaca.
Saindo do marketing e entrando na seara burocrática dos números, a programação seguiu com a palestra de Priscila Galindo, especialista em gestão financeira, que falou sobre ‘Não é sorte, e sim planejamento’. Ela relembrou quando iniciou a sua carreira na Contabilidade e conquistou seu primeiro cliente – o salão de beleza que frequentava.
Mas o que chamou a atenção do público foram os alertas sobre acesso a benefício fiscais. “Alagoas tem uma das cargas tributárias mais altas do país. Por isso é muito importante ter planejamento tributário, para não pagar para trabalhar”, observa.
“Estar atento aos benefícios fiscais e incentivos fiscais que existem, para poder sobrar dinheiro para investir”, completa, citando o caso de um cliente que conseguiu reduzir pela metade as despesas com tributos após receber consultoria com ela. Priscila Galindo também falou sobre precificação correta, para evitar prejuízos e queda no faturamento.
Empreendedor criativo
Após uma tarde inteira de assuntos diversos, às 17h, foi a vez da leveza dar o ar da graça com a apresentação do especialista Arthur Martins, instrutor de Yoga do Riso e empreendedor criativo, ator, palhaço e poeta. Sua palestra teve como tema ‘EmpreendedoRISO: atingindo boa produtividade com risadas’.
Com a prática de exercícios utilizando estalos de dedos, palmas, movimentos corporais, respiração controlada e ‘risada simulada’, Arthur iniciou o Yoga do Riso com o público. O especialista ressaltou que a técnica pode ajudar na luta contra a ansiedade e a depressão, além de potencializar as virtudes dos empreendedores.
“Já passei por uma depressão e o riso me trouxe de volta. Somos seres que conseguimos contemplar nossa risada. Sorrir é uma força que gera bem-estar para nós e nos coloca no aqui, agora, no presente. Nos coloca centrados no que precisa ser feito aqui e agora. Ansiedade, estresse e pensamentos sobre o futuro são minimizados quando rimos. O riso só acontece agora. É uma exalação”, afirma.
Criada em 1995 pelo indiano Madan Kataria, a Yoga do Riso já está em mais de 100 países, com milhares de clubes do riso ao redor do mundo. Arthur Martins lembrou que a técnica é um conceito único no qual as pessoas podem rir sem motivo algum, sem depender de humor, piadas ou comédia.
“Essa é uma técnica que une exercícios físicos e exercícios lúdicos da risada com a respiração. Nós esquecemos de dar risada sem fatores externos. O corpo é baseado na criança, ela ri a partir do corpo dela. Ri sem motivo. Para o cérebro, não tem diferença se o riso é simulado ou se é estimulado pelo humor. De qualquer forma, o riso libera endorfina e nos faz bem”, destaca.