Agência Sebrae de Notícias

Há cinco anos, o empresário Rafael Assis atua no mercado de food truck. Atualmente, o empreendedor gerencia a empresa Maria Coxinha, que é especializada em salgados variados e possui loja física no bairro da Serraria, parte alta de Maceió. Em março deste ano, com a chegada da pandemia do novo coronavírus no estado, o empresário teve de sair da zona de conforto para manter o faturamento da empresa, que ficou impossibilitada de funcionar em razão das medidas restritivas adotadas para conter o avanço da Covid-19. O serviço de entrega, que já estava em expansão no mercado, foi a alternativa encontrada pelo proprietário da Maria Coxinha para manter o negócio ativo em meio à crise.

O empresário conta que adaptar o negócio à nova realidade não foi fácil e que a “bagagem” de experiências e de conhecimentos que ele tinha naquele momento foi fundamental. “A pandemia chegou fechando as portas de todo mundo e quem não se reinventasse não sairia bem. Eu não tinha delivery e resolvi desesperadamente abrir o delivery do dia pra noite. Adaptei a embalagem para o meu produto e no dia seguinte, após o decreto, eu coloquei no iFood e Uber Eats”, relata o proprietário da Maria Coxinha.

Apesar do cenário de dificuldades e de incertezas, sair da zona de conforto fez com que a empresa de Rafael passasse a faturar muito mais em comparação ao período em que funcionava apenas presencialmente. “Hoje, com delivery, eu faturo dez vezes mais do que eu faturava antes da pandemia. Então, estou muito satisfeito com o que eu consegui renovar na minha empresa. O meu foco mesmo hoje é o delivery e posso dizer também que eu sobrevivi à pandemia graças aos conhecimentos que eu tive do Sebrae aqui em Alagoas, eu me readaptei”, comemora.

Desafios

Antes de se consolidar no mercado, a empresa Maria Coxinha passou por uma série de dificuldades, já que no início o negócio funcionava em espaços públicos e, por isso, enfrentou muitos momentos de instabilidade e de mudanças repentinas para continuar funcionando “na rua”. A falta de recursos para investimento também foi um grande desafio na fase inicial da empresa.

“A gente teve muita dificuldade financeira no negócio porque tinha pouco recurso. Eu tinha outro negócio que não tinha dado muito certo, vendi, peguei o dinheiro e investi na fabricação de coxinha e no food truck, mas quando a gente vai pra rua esbarra em muita dificuldade”, recorda Rafael Assis.

“Eu saí da rua de food truck porque estava insatisfeito com o que estava acontecendo. A gente todo dia tinha uma novidade diferente e a gente tinha uma instabilidade muito grande. A gente estava funcionando numa semana e na outra já estava sem energia. Na seguinte, queriam tirar a gente da rua. É muito difícil essa questão de food truck na rua”, acrescenta o empresário.

O início

A ideia de montar uma empresa de salgados variados surgiu quando, numa viagem à São Paulo, Rafael Assis conheceu uma loja de mini coxinhas em copos. Durante a viagem, o empreendedor comprou uma máquina de mini salgados para iniciar, em Maceió, um negócio semelhante ao que ele conheceu, mas com um tempero mais caseiro. Depois de passar um tempo funcionando em espaços públicos, a Maria Coxinha passou a funcionar em um food park localizado no conjunto Murilópolis.

Nos primeiros anos do negócio, o empresário decidiu investir na expansão da empresa, já que o segmento estava atravessando um momento de crescimento acelerado e de muita demanda, porém, pouco tempo depois, o empreendedor teve de repensar a estratégia de expansão.

“Abrimos cinco unidades do food truck no ‘boom’ dos food trucks, mas abrimos desordenadamente no início, sem conhecimento específico, sem um estudo feito junto com o Sebrae e deu errado. Mas o que deu errado virou certo depois que eu conheci o Sebrae”, conta.

Apoio do Sebrae

De acordo com Rafael Assis, o apoio do Sebrae Alagoas foi essencial para o crescimento da empresa. “No início, quando o meu negócio não estava dando certo, um colega meu me recomendou o Sebrae. Então, fiz muitos cursos no Sebrae, curso de boas práticas alimentares, de gestão, de planilha de custos, fiz acompanhamento da minha empresa, que foi uma das empresas escolhidas pelo Sebrae para fazer estudo específico de negócio. Então, o Sebrae me auxiliou muito e abriu muitas portas”, relata.

“Para mim, o Sebrae é uma ferramenta para você administrar o seu negócio em tudo. Você vai ter curso de práticas alimentares, vai ter um curso para administrar o seu negócio e curso para fazer o custo do seu negócio. O Sebrae vai ampliando a sua mente e você cada vez mais vai querer investir em conhecimento lá porque vai aplicar esse conhecimento no dia a dia da sua empresa e perceber que está dando certo no seu negócio”, complementa.

“Muitas vezes eu pensei em desistir”

Depois de superar tantas dificuldades e de reinventar o modelo de negócio, o empresário nunca esteve tão certo de que quer continuar empreendendo. “Muitas vezes eu pensei em desistir, mas quando eu pensava em desistir, eu lembrava daquilo que eu aprendi e que muita gente teve sucesso, pessoas que tinham menos recurso que eu quando comecei, inclusive. Então, se essa pessoa pode eu posso. Junto com o Sebrae, a gente consegue empreender e fazer crescer o nosso negócio”, destaca.

E para as pessoas que pensam em empreender ou que estão no início de uma trajetória no mundo dos negócios, o empresário deixa um conselho: “Depois que você chega numa mentalidade em que você sabe que pode tudo, a gente não pensa mais em desistir. É só uma questão de tempo, paciência e dedicação. A gente tem que ter paciência, resiliência e muita dedicação. Então, para a pessoa que quer empreender eu digo: empreenda, faça o que você gosta, mas se dedique. Não desista, tenha perseverança. Uma hora vai chegar, se você trabalhar com tudo isso e uma coisa a mais: muito amor. Se não tiver amor no que você faz, nada vai dar certo”.