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Plano de Turismo de Maceió pode ser entregue ainda este ano

Oficina no Sebrae Alagoas reúne profissionais de múltiplas áreas para apresentar ideias e propostas com foco na produção final do documento
Por Kelmenn Freitas – Savannah Comunicação Corporativa
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A construção do primeiro Plano Municipal de Turismo de Maceió encerrou mais uma etapa nesta última quarta-feira (29), com a realização de uma oficina com a equipe técnica na sede do Sebrae Alagoas. Durante dois dias de trabalhos, os analistas da instituição, gestores da Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer (Semtel) e representantes de entidades do trade turístico de Maceió apresentaram ideias e propostas para ajudar na produção final do documento, sempre tendo como foco promover a capital alagoana como destino.

A expectativa é que o Plano Municipal de Turismo seja apresentado ao público e ao setor antes do Natal deste ano. Até chegar na etapa desta semana, com a realização dos dois dias de oficina no Sebrae, o Plano foi tema de reuniões online e presenciais iniciadas no mês de julho, logo após o primeiro contato da secretária de Turismo, Patrícia Mourão, e a diretoria executiva do Sebrae Alagoas. Ela procurou a instituição em busca de apoio para elaboração do documento.

Os dois últimos dias foram de produção intensa, totalizando mais de 12 horas de muita discussão e debates para a tomada de uma série de decisões, como a definição do slogan oficial de Maceió e quais frentes de trabalho devem ser priorizadas dentro do Plano. Tudo com o objetivo de construir um documento robusto e de funcionalidade a curto, médio e longo prazo.

Todas as ideias inseridas no Plano Municipal de Turismo atendem aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU no Brasil, um conjunto de compromissos que os países devem seguir como parte da Agenda 2030.

“É importante abrirmos as portas para todos os setores que compõem o trade turístico de Maceió”, destaca a consultora da empresa credenciada Adriana Girão, especialista em Inovação do Turismo e uma das profissionais que orientou a produção do Plano.

“O Plano vai ficar como legado para o município e para a sociedade. Porque ele valoriza e evidencia a alma do destino Maceió. E aquilo que é endógeno e autêntico não tem preço”, completa.

A consultora Tatiane Silva, também engajada no trabalho e responsável por conduzir boa parte da oficina, reforça que quem melhor sabe sobre um determinado destino turístico é quem mora na cidade. Por isso a importância da participação de diversos atores na produção do Plano, como hoteleiros, empresários, profissionais autônomos (guias de turismo), universidade e o segmento de bares e restaurantes.

Turismo 4.0

Ela também destaca que a forma de explorar o turismo como atividade econômica passa hoje por um processo de transformação, ganhando nova roupagem pelo mundo afora. “E vamos colocar o destino Maceió nesse Mundo 4.0, que está em curso desde os anos 1990, e não só agora com a pandemia. A crise sanitária só está acelerando ainda mais esse processo”, revela.

Esse Mundo 4.0 citado por Tatiane forçou o turismo a uma reformulação: a digital. O Turismo 4.0 acompanha a quarta revolução industrial, que marca a união entre o mundo real e o virtual na chamada “era pós digital”. E na atual conjuntura, há ainda o preparo para o cenário pós pandemia.

“E é para esse mundo que estamos criando o Plano de Turismo de Maceió”, lembra a consultora. “Para isso, o momento agora não é de falar em problemas, mas em soluções para o turismo”, completa, referindo-se a troca de ideias convocada pelo Sebrae Alagoas.

Um plano de ação também foi incorporado ao projeto. Ele traz ações previstas para serem executadas gradativamente nos próximos três anos, como o mapeamento do ecossistema de turismo – que ficará a cargo do Sebrae – e a criação do Núcleo de Inteligência do Turismo, usando novas ferramentas tecnológicas. Esse núcleo deve ficar sob a tutela da Semtel, Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e Instituto Federal de Alagoas (IFAL).

Outras ações previstas são intervenções estruturantes pontuais na orla de Maceió e iniciativas com foco na chamada Economia Prateada, formada por pessoas com mais de 60 anos e que hoje, no Brasil, 63% delas ainda sustentam as suas famílias.

É um segmento que movimenta no país algo em torno de R$ 1,6 trilhão ao ano, segundo estimativas de consultorias em consumo e tendências de mercado, e que leva esse nome porque é formado pela Geração 60+, em alusão aos cabelos grisalhos.

O diretor técnico do Sebrae Alagoas, Vinícius Lages, relembra como a instituição foi procurada pela equipe do prefeito de Maceió, JHC, para ajudar na missão de elaborar o Plano de Turismo.

“A secretária Patrícia Mourão e o prefeito me solicitaram esse apoio. A gente fez uma primeira imersão com o Canvas em que a gente identificou uma série de oportunidades de aprofundamento. Construímos essas hipóteses de trabalho e agora temos essa dinâmica que envolve multi agentes do trade, do setor público, da academia, guias de turismo, enfim, todos os elos da cadeia. E a gente resolveu se aprofundar em cima dos desafios que a gente tinha encontrado, mas sobretudo das oportunidades”, explica.

“Tudo isso de modo que a gente construa um plano de ação que responda a esses desafios, como enfrentá-los desde o ponto de vista da formação, da qualificação de mão de obra, da melhoria da infraestrutura, da informação turística, da estratégia promocional, do propósito do destino [Maceió], aquilo que seja a alma e que define esse destino”, completa ele.

Novos cenários

Ampliar o olhar sobre os atrativos turísticos de Maceió também é um desafio, ainda segundo Lages, que propôs durante a oficina uma visão além do tradicional tripé ‘sol – praia – gastronomia’.

“Maceió precisa se diversificar em termos de destino, sair um pouco dessa orla marítima, que é a melhor orla urbana do Brasil, a mais bonita. Mas também devemos incorporar outros territórios óbvios, que seria o Pontal e a orla lagunar. Abraçar a lagoa como parte do destino Maceió, envolver experiências culturais com outros bairros, onde você tem vivências muito interessantes e que não são trabalhadas. Tem a dimensão da religiosidade, as manifestações culturais, folclóricas, enfim, integrar melhor o destino Maceió, inclusive o rural. Maceió tem um turismo rural interessante”, destaca. “É preciso diversificar isso de modo que a gente possa ter uma prateleira de experiências”, diz.

Já a secretária de Turismo Patrícia Mourão explica que a próxima etapa do processo de produção do Plano será fazer uma nova oficina, mas dessa vez com os secretários municipais da capital – são 16 pastas que fazem interface com o Turismo, cada uma delas alinhada com um determinado público.

“Vamos fazer essa outra oficina usando a mesma metodologia de perguntas feitas nas etapas anteriores, mas agora com alguns participantes e parceiros do turismo, como a associação de moradores dos bairros em que a gente vai fazer turismo comunitário. Também com os presidentes de associações de artesanato, dos jangadeiros, dos ambulantes, para que a gente possa realmente ter uma noção geral e uma participação ampla de todas as pessoas que estão nessa linha de frente com o turista”, destaca.

Para tudo ocorrer conforme o previsto e dar celeridade à elaboração do Plano, que pode ser entregue no auge da próxima alta temporada, o Sebrae Alagoas credenciou consultores de várias metodologias e soluções.

“Já havíamos realizado reuniões remotas com cada entidade do trade. A consultoria fez reunião com a Sedetur [Turismo estadual], a Secretaria de Turismo [de Maceió], a ABAV, Abrasel, ABIH, para colher as suas necessidades, as suas percepções sobre o destino. Suas demandas e principais gargalos sobre os quatro eixos: governança, oferta turística e produtos, promoção e comercialização e, por último, a infraestrutura turística”, explica.

Contato para a imprensa:

Assessoria de Imprensa do Sebrae Alagoas

Débora de Brito: (82) 99162-5416